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segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Nem todo Judas é Judas, e vice e versa - Parte 1

Judas, irmão de Tiago escreveu uma carta para os crentes. Carta essa que talvez seja pouco lida nos dias de hoje (infelizmente), mas de extrema importância pra entendermos a graça de Deus. Gostaria de convidá-los a fazermos uma breve análise do texto de Judas, trazendo para a nossa época e realidade aquilo que pode ser útil à nós (Pegue uma bíblia, abra em Judas e acompanhe verso a verso para conseguir entender o pensamento exposto abaixo):

Após sua apresentação e cumprimentos nos dois primeiros versos, Judas começa a carta revelando seu desejo de falar sobre salvação, que é o assunto central do evangelho, mas percebe uma necessidade maior naquele momento de exortação aos santos à batalharem em favor da fé. Só com o verso 3, já podería se escrever páginas e páginas de como essa necessidade se adequa a nossa realidade. Porém foquemo-nos na palavra "compartilhamos". Muitos hoje "compartilham" da salvação, mas não "compartilham" da batalha pela fé. Nos versos seguintes Judas vai mostrar o quanto isso pode ser prejudicial à igreja, tanto individualmente, quanto coletivamente.

Ele começa falando o motivo disso acontecer. A infiltração de pessoas que não "compartilham" da salvação, mas que atuam como se compartilhassem. Sim, as pessoas conseguem fingir estar neste estado.. Muitas vezes fingem até pra elas mesmas. E essas pessoas tem o poder de transformar a graça de Deus, em negação a Cristo. O pensamento é: "eu tenho liberdade pra fazer o errado, pois ainda que eu peque, o sangue de Jesus me cobre". Não se engane. Essa "liberdade" nós sempre tivemos. A liberdade que não tinhamos era pra fazer o certo, e essa sim, só é possível pela graça.

No verso 5, a analogia com o povo no Egito é fantástica. Ele lembra que o povo TODO saiu do Egito, mas posteriormente todos que não creram na salvação de Deus foram destruidos. Em Tito 2:11 vemos que a graça foi manifesta a TODOS os homens, porém aqui vimos que muitos não a conheceram e nem conhecerão.

No verso 6, ele lembra dos anjos rebelados. interessante notar que Deus os tem presos com correntes eternas, e eles nem foram julgados ainda, pois aguardam o dia do Juizo. Sem direito a habeas corpus. "Os infiltrados" são como esses. Já condenados mesmo antes do julgamento (veja o verso 4 novamente).

No verso 7, a comparação é feita com Sodoma, Gomorra, e repare, CIDADES AO REDOR. Sodoma e Gomorra, Deus já havia condenado, mas as cidades ao redor foram junto por se entregarem juntamente com elas à imoralidade e relações sexuais antinaturais. Alguma semelhança com os dias de hoje? Sem comentários.

No verso 8, "os inflitrados" são chamados de sonhadores. Sim. Só sonhadores, utopistas, fantasiosos, podem imaginar uma graça que nos livra da consequencia dos erros e que acharia capaz que Cristo se misture com o pecado em qualquer esfera. Aqui ele os chama de sonhadores, pois a heresia pre-gnostica estava forte no meio da igreja, e eles pregavam esse mundo utopico da sabedoria, que os permitia pecar, já que a materia era perversa em si mesmo. Nenhuma doutrina que pregue a pratica do pecado como inevitavel aos santos, deve ser considerada certa. Somos inevitavelmente pecadores. Mesmo em Cristo, evitavelmente pecamos. Mas por Cristo não somos mais escravos do pecado certamente. Agora somos livres!!!

Continuarei a análise da carta no próximo texto.

Em Jesus, o Libertador

Renato Melgaço