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quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Nem todo Judas é Judas - e vice versa - Parte 2

Depois de algum tempo, convido você a retomarmos o nosso pequeno estudo verso a verso da carta de Judas. Se você não leu a primeira parte, faça-o para que não fique perdido nessa aqui. Retomaremos a partir do verso 9.

Nesse verso, temos uma grande polêmica, sobre de qual origem vem essa referência de Judas. Existem aqueles que acreditam que Judas se refere a um livro perdido, chamado "Assunção de Moisés", outros falam que é uma referência imprecisa do texto de Zacarias 3, onde o diabo teria disputado o corpo do sumo sacerdote Josué com um anjo.

Esta referência me parece mais adequada ao que Judas quis expressar no versículo (não exatamente ao escrito de Zacarias, mas a tradição da época), uma vez que o objetivo é denunciar o pecado e mostrar que nem os anjos podem purificar o homem, o que impediria a acusação do diabo, mas somente o Senhor é capaz de fazê-lo.

No verso 10 isto fica mais claro, pois ele remete que ao que parece, os homens começavam a atribuir poderes aos anjos que só Deus tinha, e dai a tal "difamação de coisas que não entendem" falada por Judas.

No verso 11 chegamos a um dos principais versos da carta, pois Judas faz 3 comparações diferentes aos tipos de leituras erradas da graça. Podemos ler a graça de Deus na maneira certa, ou de outras 3 formas erradas e pecarmos por isso.

A primeira delas é a leitura de Caim, que optou por mostrar sua propria potencia perante Deus, declarando independência ao invés da dependência ao mostrar o fruto de seu próprio trabalho, ao invés de mostrar o reconhecimento do sacrifício perante Deus. A graça não é o que nos torna menos dependentes de Deus, pelo contrário, ela nos aponta para total dependência do sacrifício de Cristo.

O segundo erro é buscar o lucro como fez Balaão, que praticava adivinhação (Js. 13:22), e como dito em Ap. 2:14, fazia com que o povo de Israel se entregasse ao pecado. Apesar de ele mesmo não ter amaldiçoado o povo, porque o Deus o impedira pela boca da jumenta, ele havia partido para o fazer seduzido pela oferta do rei. Aqui, Judas adverte para uma graça que aponta o lucro financeiro ou material como sendo a recompensa do crente. Imaginar isso é cometer o mesmo erro que Balaão, pois o dinheiro seduz e faz o homem que é seduzido ser propagador de maldição entre o povo de Deus, uma vez que nosso lucro está na vida eterna e naõ em bençãos financeiras ou materiais.

O terceiro erro é o erro da rebelião de Coré, que se rebelou contra Moisés e Arão, sendo insubmisso, e quis executar o papel de sacerdote que só Arão tinha autoridade para fazer.Pagou com morte, bem como os seus servos. Interessante é que o versículo os compara não a Coré e sim aos que foram destruídos por causa de sua rebelião. Aqui, Judas mostra que a graça não é o que nos exalta e nos torna superiores a ninguém, como alguns acreditavam na época, e ainda acreditam hoje. A graça ensina submissão, colocar nosso interesse abaixo de outros, nos fazendo servos e não usurpando o lugar de sumo-sacerdócio de Cristo, ainda que sejamos feitos sacerdotes com Ele. Mesmo Jesus sendo o Único Mediador entre nós e Deus, devemos aprender a nos submeter aos nosso líderes, e principalmente a colocar nosso interesse em plano de fundo, colocando a frente o interesse do evangelho. Além disso, nosso cuidado também deve ser voltado a não seguirmos aqueles que se rebelam, pois pagaremos pelo mesmo pecado se com eles nos ajuntarmos.

Três erros: orgulho, ganância e rebelião. Três possíveis leituras de uma "graça" inexistente. Aos que seguem qualquer um desses pensamentos, veremos quais consequencias os esperam na próxima parte do estudo.

Em Jesus, Único caminho onde a verdadeira graça se explica

Renato Melgaço

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Nem todo Judas é Judas, e vice e versa - Parte 1

Judas, irmão de Tiago escreveu uma carta para os crentes. Carta essa que talvez seja pouco lida nos dias de hoje (infelizmente), mas de extrema importância pra entendermos a graça de Deus. Gostaria de convidá-los a fazermos uma breve análise do texto de Judas, trazendo para a nossa época e realidade aquilo que pode ser útil à nós (Pegue uma bíblia, abra em Judas e acompanhe verso a verso para conseguir entender o pensamento exposto abaixo):

Após sua apresentação e cumprimentos nos dois primeiros versos, Judas começa a carta revelando seu desejo de falar sobre salvação, que é o assunto central do evangelho, mas percebe uma necessidade maior naquele momento de exortação aos santos à batalharem em favor da fé. Só com o verso 3, já podería se escrever páginas e páginas de como essa necessidade se adequa a nossa realidade. Porém foquemo-nos na palavra "compartilhamos". Muitos hoje "compartilham" da salvação, mas não "compartilham" da batalha pela fé. Nos versos seguintes Judas vai mostrar o quanto isso pode ser prejudicial à igreja, tanto individualmente, quanto coletivamente.

Ele começa falando o motivo disso acontecer. A infiltração de pessoas que não "compartilham" da salvação, mas que atuam como se compartilhassem. Sim, as pessoas conseguem fingir estar neste estado.. Muitas vezes fingem até pra elas mesmas. E essas pessoas tem o poder de transformar a graça de Deus, em negação a Cristo. O pensamento é: "eu tenho liberdade pra fazer o errado, pois ainda que eu peque, o sangue de Jesus me cobre". Não se engane. Essa "liberdade" nós sempre tivemos. A liberdade que não tinhamos era pra fazer o certo, e essa sim, só é possível pela graça.

No verso 5, a analogia com o povo no Egito é fantástica. Ele lembra que o povo TODO saiu do Egito, mas posteriormente todos que não creram na salvação de Deus foram destruidos. Em Tito 2:11 vemos que a graça foi manifesta a TODOS os homens, porém aqui vimos que muitos não a conheceram e nem conhecerão.

No verso 6, ele lembra dos anjos rebelados. interessante notar que Deus os tem presos com correntes eternas, e eles nem foram julgados ainda, pois aguardam o dia do Juizo. Sem direito a habeas corpus. "Os infiltrados" são como esses. Já condenados mesmo antes do julgamento (veja o verso 4 novamente).

No verso 7, a comparação é feita com Sodoma, Gomorra, e repare, CIDADES AO REDOR. Sodoma e Gomorra, Deus já havia condenado, mas as cidades ao redor foram junto por se entregarem juntamente com elas à imoralidade e relações sexuais antinaturais. Alguma semelhança com os dias de hoje? Sem comentários.

No verso 8, "os inflitrados" são chamados de sonhadores. Sim. Só sonhadores, utopistas, fantasiosos, podem imaginar uma graça que nos livra da consequencia dos erros e que acharia capaz que Cristo se misture com o pecado em qualquer esfera. Aqui ele os chama de sonhadores, pois a heresia pre-gnostica estava forte no meio da igreja, e eles pregavam esse mundo utopico da sabedoria, que os permitia pecar, já que a materia era perversa em si mesmo. Nenhuma doutrina que pregue a pratica do pecado como inevitavel aos santos, deve ser considerada certa. Somos inevitavelmente pecadores. Mesmo em Cristo, evitavelmente pecamos. Mas por Cristo não somos mais escravos do pecado certamente. Agora somos livres!!!

Continuarei a análise da carta no próximo texto.

Em Jesus, o Libertador

Renato Melgaço

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

O Melhor de Deus




"Para o homem não existe nada melhor do que comer, beber e encontrar prazer em seu trabalho. E vi que isso também vem da mão de Deus.
E quem aproveitou melhor as comidas e os prazeres do que eu?
Ao homem que o agrada, Deus recompensa com sabedoria, conhecimento e felicidade. Quanto ao pecador, Deus o encarrega de ajuntar e armazenar riquezas para entregá-las a quem o agrada. Isso também é inútil, é correr atrás do vento."
Eclesiastes 2:24-26

O texto acima começa com a expressão: "Para o homem"...

Quão mesquinho é o ser humano não?

Comer, beber e encontrar prazer em seu trabalho, são naturalmente o melhor para o homem. O que me remete à uma expressão atualmente muito usada... "o melhor de Deus".. será que enxergamos o "melhor de Deus" como sendo Dele mesmo, ou seria o melhor para nós mesmos?

O texto, mostra três estados em que homem pode buscar o melhor, e em cada um desses estados, esse "melhor" muda. Vejamos:

1º- Estado natural

Em seu estado natural, o homem é mesquinho. A satisfação de suas necessidades é o melhor. É o objetivo, a busca. O homem vê a felicidade, em sua própria realização, inevitávelmente. Afinal, do que adianta os outros serem realizados e eu não. Onde está a felicidade nisso? Mas ao satisfazer essa realização, ele percebe que a felicidade não está ali. E isso vem da mão de Deus. Mas não o satisfaz. Frustração? Acho que é pior o sentimento gerado por isso.. Insatisfação... O homem passa a pensar que não alcançou o suficiente para se satisfazer, e quer sempre mais... só que ele continuará a querer sempre mais... Porque a felicidade nunca estará ali.

2º- Estado de pecador

Sabemos que o homem é naturalmente pecador, então esse estado não pode ser confundido com o anterior. Aqui tratamos de pecador, como aquele que ainda é guiado pelo pecado, ou seja, escravo do pecado. Nesse estado o homem aparece como encarregado por Deus à ajuntar e armazenar riquezas para aqueles que O agrada. O Deus que satisfaz às necessidades dos seus, coloca um ponto de consolo para aqueles que O agrada: não importa se seus celeiros e armazéns estão vazios. Importa que alguém está armazenando para você, tudo aquilo que você precisa. Aquele que armazena riquezas, e acha que sua felicidade está nisso, têm sua felicidade no TER. O usufruir nem importa tanto mais... afinal só se armazena o que sobra, e entre repartir e ter o que sobra, ele prefere o ter, e se engana terrivelmente achando que sua felicidade está ali. Lembra do "Jovem rico"? Veja:

"Ouvindo isso, o jovem afastou-se triste, porque tinha muitas riquezas."
Mateus 19:22

O jovem se entristeceu porque tinha. "Ter" se tornou peso. Se entristeceu porque tinha que repartir. Mas ele não acreditava que o repartir trazia felicidade. Afinal, a lógica diz: quanto mais eu tenho, mais feliz eu sou. Mas Jesus disse o contrário, e o jovem tinha muito. Porque ele tinha, ele se afastou triste. Triste não?

O texto ainda diz nessa parte que é TAMBÉM inútil viver desse modo. "Também", pois tanto no modo "natural", como no modo "pecador", é correr atrás do vento. Buscar o nada. Ajuntar o vazio. Valorizar o que não se pode ver na eternidade.

3º- Estado de quem agrada a Deus

Glória a Deus que existe o estado da graça. Graça que nos concede conhecimento, sabedoria e FELICIDADE. Como é bom ser feliz pela graça. Quem agarda a Deus entende que a felicidade não é consequencia de nada. Não é efeito de causa nenhuma. Felicidade é recompensa. Recompensa por agardarmos a Deus, mesmo o agrado Dele a nós tendo sido muito maior na cruz. Recompensa imerecida. Recompensa suficiente. Recompensa eterna.

Me perdoem por não acreditar que "o melhor de Deus" ainda está por vir. Pois de coração eu digo, que "o melhor de Deus" já veio, morreu numa cruz, e me salvou para que eu O agradasse, e ainda me recompensou por isso com felicidade. Nele se cumpriu todas as coisas, e com elas todas as minhas necessidades.

Em Jesus, definitivamente O Melhor

Renato Melgaço

terça-feira, 20 de setembro de 2011

A mais linda história que posso escrever


Me permita lhe contar uma história:

Havia um Senhor bondoso que tinha um filho adotivo.

A esse filho esse Senhor deu liberdade total para fazer o que quisesse.

Só havia uma regra: Não ultrapassar os limites da fazenda, pois um vez fora dos limites, o filho se tornaria automaticamente escravo do senhor que morava na fazenda vizinha.

Certa feita, o filho se aproximou da cerca que dividia as terras. O senhor que morava na fazenda vizinha lhe disse:
- E então jovem? Já tem idade suficiente para trabalhar não é? Se você quiser tenho vagas para servos em minha fazenda...

O jovem respondeu:
- Meu Pai disse que não devo ir até a sua fazenda.

O vizinho replicou:
- Ele não é seu Pai. Ele é seu Senhor, afinal você é adotivo. E como escravo dele, não vejo você ter nenhum direito dos escravos que regem essa região, não é? De certo ele não quer que você trabalhe para mim, com medo de que um dia você também se torne um grande senhor de terras, e lhe ofereça competição.

O jovem não entendeu:
- Mas você já é dono de terras próximas às dele, e ele não liga. Porque ele ligaria que eu fosse dono de outras?

Novamente, o vizinho falou:
- Eu não sou dono daqui. Ele só me deixa morar e tomar conta dessa terra. E preciso de servos, que me ajudem a fazer isso.. então o que acha?

Usando de sua liberdade, o jovem partiu e foi ser escravo.

Segundo a lei, os filhos do escravo, também seriam escravos e assim por diante. O tempo passou, passou... E o vizinho então já tinha muitos escravos, que haviam nascido desde esse primeiro escravo.

O Senhor bondoso, amava a cada um deles como filho, pois eram todos seus, e quando usaram da liberdade que ele lhes dera, se tornaram escravos, e isso lhe entristecia. Afim de reparar o erro do primeiro escravo, o Senhor bondoso se propôs a comprar cada um desses escravos, mas o preço era alto demais. O senhor vizinho, só era obrigado a vendê-los a troco do único Filho gerado do Pai, o Unigênito.

O Filho disse ao Pai:
- Pai, mesmo o Senhor tendo dado direito de filhos à eles, eles prefiriram os direitos de escravos, pois não entenderam que eram filhos. Mas peço-te que não seja a vontade deles suprema à vontade do Senhor de amá-los. Me permita ir, e ocupar o lugar deles para que eles sejam justificados.

Então o Pai disse:
- Acaso não é justo que eles lá estejam se essa é a vontade deles? Mas se assim permitir, não serei eu desamoroso para com eles, sabendo o que é o melhor para eles? Pois que se cumpra a justiça e se cumpra o amor. Você se entregará por eles, e eles terão direito a voltar até nós para que se cumpra o amor, porém escolherei segundo o conselho da minha boa vontade, aqueles que regressarão, e o restante deixarei que se entreguem a sua própria vontade, para que se cumpra a justiça.

Assim, o Filho se entregou.

Porém, o Filho era herdeiro legítimo da terra, e mesmo sendo feito servo em lugar de outros, era Senhor daquela terra também, o que lhe permitia ser superior ao senhor vizinho naquela terra, e assim ele pode retornar a casa de seu Pai. Ele saiu e disse ao vizinho que um dia voltaria para buscar aqueles que seu Pai escolheu, e quando assim fosse, o vizinho deveria deixar aquela terra, com todos aqueles que não tivessem a marca do Pai, para uma prisão eterna de dor e sofrimento. O vizinho lhe perguntou que marca era essa, e Ele lhe respondeu que era a marca da fé do escravo, que na verdade sabia que era filho por meio da adoção do Senhor das terras, e que essa fé seria demonstrada por meio do arrependimento de ter escolhido ser escravo.

Mas enquanto esperavam a volta do Filho para resgáta-los, os escravos ainda eram escravos. Mesmo depois de serem marcados pela fé do Pai, pois eles ainda estavam lá.

Lá os escravos, só sabiam ser escravos. Não tinham como renegar a posição de escravos. Mas pela fé no Pai, eles podiam ser escravos do Filho, ao invés de escravo do senhor vizinho. Pois as terras eram dele, e o preço por eles já havia sido pago, e mesmo que o Filho ainda não houvesse voltado, eles tinha o direito de serem escravos do Filho, ao invés do senhor vizinho.

Enquanto fossem escravos, só poderiam ser escravos. O caso é, escravos de quem?

Aos que tinha fé no Pai, escravos do Filho
Aos que tinham sido entregues à sua própria vontade, escravos do senhor vizinho.

Como escravo do Filho, sua função era de noticiar a boa nova de liberdade, e todos aqueles que se arrependesem e crêssem, seriam feitos filhos e herdeiros também. Era seu dever se preparar para ser recebido na glória como filho. Era seu direito ser herdeiro de todas as coisas que eram de seu Senhor, seu Pai. Inclusive da glória de ser eterno ao lado Dele.


"Pois aquele que, sendo escravo, foi chamado pelo Senhor, é liberto e pertence ao Senhor; semelhantemente, aquele que era livre quando foi chamado, é escravo de Cristo." I Co. 7:22

Em Jesus, o Filho Unigênito
Renato Melgaço

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

M&M's



"Caminhando Jesus e os seus discípulos, chegaram a um povoado, onde certa mulher chamada Marta o recebeu em sua casa.
Maria, sua irmã, ficou sentada aos pés do Senhor, ouvindo-lhe a palavra.
Marta, porém, estava ocupada com muito serviço. E, aproximando-se dele, perguntou: 'Senhor, não te importas que minha irmã tenha me deixado sozinha com o serviço? Dize-lhe que me ajude! '
Respondeu o Senhor: 'Marta! Marta! Você está preocupada e inquieta com muitas coisas;
todavia apenas uma é necessária. Maria escolheu a boa parte, e esta não lhe será tirada'." Lc. 10:38-42

Já vi este texto ser pregado algumas vezes, o sermão dos dois "M´s", e me lembrei dele enquanto orava hoje. Resolvi pegar a bíblia e estudá-lo.

Jesus chega e Marta o recebe em sua casa. Em Ap. 3:20, temos uma passagem que diz que o Espirito de Deus está à porta bate e que se alguém ouvir Sua voz e abrir a porta, Ele entrará e ceiará com essa pessoa.

Pois bem. A analogia está feita. Marta convidou Jesus para entrar e o resto da história a gente já sabe. Será?

Eu já ouvi várias pregações nesse texto, e todas elas indicam a mesma coisa. Jesus entra na casa, e nós devemos escolher se somos Marta ou Maria. O sermão se desenvolve a partir dessa pergunta: Quem é você? Marta ou Maria?

Gostaria de refletir sob um aspecto que eu ainda não havia ouvido nesses sermões mas que percebi sobre esse texto, sob a mesma pergunta, mas com uma resposta diferente da anteriormente ouvida (pelo menos por mim. Talvez você já tenha ouvido essa!!).

A pergunta: Quem é você?
A resposta: Eu sou a casa.

É praticamente indiscutivel no meio cristão, a aceitação de que nós, que já temos a consciência que somos lavados e remidos no sangue do Cordeiro e somos por Ele salvos, nos tornamos morada Dele (Jo. 14:23, Ef. 2:22).

Quando nos encontramos com Cristo, Ap. 3:20 se cumpre, e Ele entra na casa que somos nós. Vejamos o que acontece depois disso.

Se no texto de Lucas nós nos colocarmos no lugar da CASA na qual Jesus entra, isso quer dizer que existe uma Marta e uma Maria dentro de cada um de nós, ou seja, somos uma casa com os dois "M´s" lá dentro (como na figura), e isso parece fazer mais sentido.

Jesus entra em nossa vida e a Marta quer por tudo em ordem para MANTER Cristo confortável ali dentro, pois afinal é Jesus. Todos nós somos assim hora ou outra na vida com Cristo. Queremos por tudo em ordem, correndo para lá a para cá, com medo de que a casa não seja digna da presença de Jesus (como se isso fosse possível por nós mesmos), e queremos arrumar tudo. Baseamos a ordem da casa nas atitudes de arrumação que damos. Jogamos fora hábitos, percepções, praticamos toda regulamentação cristã, na esperança de que essa faxina, torne o lugar mais aconchegante para Jesus.

Já a Maria que está dentro de nós, está sedenta por Cristo. Se joga aos pés de Jesus afim de ouvir a palavra Dele, sem se preocupar com mais nada. E nós ficamos revezando em nosso interior, ou pior ainda, vivendo simultaneamente Marta e Maria, e achando que o fato de estarmos vivendo a Maria naquele mesmo momento em que vivemos a Marta já é o bastante.

Na hora que estamos "fortes", tiramos onda de Marta. Fazemos e acontecemos, pois a casa está ficando um espetáculo através do nosso esforço. Mas basta uma escorregada, para percebermos que nada que façamos é o suficiente, e que nessa hora o que vale é ficar aos pés de Jesus afim de que Ele ajeite tudo, então lembramos de Maria.

Marta é a Lei. Maria é a Graça.

Daí você me pergunta: "Você está dizendo que a Lei é errada?". Não, porque nem o próprio Cristo fez isso no texto, mesmo que metaforicamente. Ele chama a atitude de Marta de desnecessária. A Lei não é errada. A Lei se torna desnecessária a partir do momento que estamos aos pés de Cristo, pois as palavras que Dele ouvimos são a própria Lei, e na Graça toda a Lei se cumpre. Fato é que quando cumprimos a Lei, afim de arrumarmos a casa pra Jesus, nunca conseguimos por completo, e isso traz condenação a nós mesmos por não podermos cumpri-la. Mas se reconhecermos que não podemos deixar a casa digna de Jesus, só nos resta nos render aos pés Dele, e deixar que a simples presença Dele dignifique o lugar, a morada que somos nós. E o melhor de tudo é que essa Graça não pode ser tirada de nós!!

Santificação não é o processo no qual você faz uma faxina na sua vida e a torna mais agradável, confortável ou digna para Jesus. Santificação é o processo no qual você consegue se livrar desse fardo pesado, e assumir o fardo leve de se manter aos pés de Jesus, que dignifica todo o lugar. "Apenas uma atitude é necessária."

Pense nisso!!

Em Jesus, que cumpriu toda a Lei e ainda assim morreu para que tivéssemos vida pela Graça

Renato Melgaço

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Renúncia


Começo esse texto com um pedido de desculpas, pois falei que seguiria com os próximos 4 textos de temas sugeridos pelos leitores, e esse não é um deles. A partir do próximo retomarei a série.

Hoje resolvi escrever um pouco sobre minha experiência individual com Deus, na expectativa não de que você leitor viva as mesmas coisas que eu vivi, mas sim possa de repente, ver uma nova face de Deus que talvez ainda não tivesse atentado para ela, e isso te ajude a superar algum conflito, ou que simplesmente seja edificante.

Bom, eu nasci em lar evangélico. Filho de pastores, neto de pastores, sete tios pastores, o que é claro indica que meu contato com as Escrituras se deu desde muito cedo. Por ser de raíz presbiteriana (hoje faço pate de uma denominação batista), havia uma valorização extrema, durante a minha infância, da escola bíblica dominical (o que por sinal deveria acontecer até hoje em toda igreja)e isso me fez pegar gosto pela bíblia desde muito novo. Aos 14 anos, através de estudos biblicos e com auxílios de livros acadêmicos de teologia reformada (já que meu pai era professor de seminário e a casa estava repleta deles), entendi o básico e suficiente plano da salvação (não que seja necessário todo esse estudo para entedê-lo), mas foi aos 15 anos que eu resolvi por mim mesmo que queria ser crente, e então me batizei (já estava na igreja batista), e a partir daí comecei uma caminhada de fidelidade para aquilo que eu acreditava ser o certo, o que acabou gerando em mim um "alguém" legalista e religioso. Eu era exemplo nesses quesitos que todos nós conhecemos. Mas com isso, aquela sensação que tive aos 15 anos de idade, foi ficando fraca progressivamente, de forma que aos 20 anos de idade eu caí. Nenhuma queda "digna" de holofotes. Mas eu já não era mais o exemplo. O legalismo ainda estava lá e eu não o estava seguindo, o que consequentemente estava atraindo condenação para a minha vida. Apesar de ser uma queda "clichê", não foi a a intensidade da queda e sim o tempo que ela durou, o que mais me prejudicou. Foram anos procurando fugir da condenação que a Lei me trazia, e tentando justificar os pecados que eu cometia, dia a dia. Prazeres carnais, sempre seguidos de uma tristeza, por saber que eu estava escravo do pecado, e pior que isso, o antídoto que eu conhecia não funcionava. Eu me enxergavaum tolo por não conseguir vencer as tentações, e me conformava com isso. Mas eu sabia que a Palavra de Deus não falhava. E se em João 8:32 falava que a verdade me libertaria, é porque pela lógica, então eu não conhecia de fato a verdade. Um baque quando descobri. E eu tinha que saber que verdade era essa. Mesmo vivendo ainda uma vida de pecado, eu comecei a buscar respostas para essa pergunta, até que me deparei com uma pregação via internet sobre graça. Deus me tocou profundamente ao ver aquilo. Algo que eu nunca havia sentido antes. Eu revi a pregação mais de cinco vezes só naquele dia, às lágrimas. Eu tinha a minha resposta, e é claro que ela era verdade, porque naquele momento eu fui liberto e o verso do evangelho de João se cumpriu. A verdade era mesmo tudo que antes eu havia escutado: Jesus morreu em meu lugar, ressucitou e se eu me arrependesse dos meus pecados, cresse nisso e o tivesse como meu Senhor e Salvador eu estaria livre. Mas na pregação ouvi algo que havia nesse senhorio e que até então eu não sabia o que era. A declaração de impotência perante a pessoa de Deus. Meu erro era acreditar que EU tinha que vencer meus pecados. Eu acreditava que sozinho, cumprindo a lei que eu havia construído em minha própria religiosidade, talvez Deus veria em mim o direito à salvação. Eu queria apresentar o fruto do meu esforço perante Deus, e a única coisa que isso atraía para mim era condenação, assim como Caim. E foi nessa hora que fiz uma oração declarando minha impotência diante de Deus, e tive certeza da minha salvação, não por algo que eu mesmo pudesse fazer e sim porque Ele quis que assim fosse. Com a oração, compus uma música no dia. Canto ela até hoje no meu quarto. Hoje deixarei a letra abaixo. Talvez ela te ajude a orar assim também.

RENÚNCIA

Procuro desculpas pras minhas ações
Eu não me entendo e nem posso explicar
O que me dominam são minhas paixões
Que me convencem a acreditar
Que sou forte o suficiente pra aguentar
Chegar a beira do abismo e resistir
Mas na verdade sei que não consigo suportar
Tropeço e começo a cair

Mas sei que estás sempre de prontidão
Basta eu clamar para me atender
Te peço socorro e me estendes a mão
Só o Teu perdão pode me reerguer
E quando estou bem eu volto a me enganar
E me esqueço de tudo que um dia Você fez
Gritos vazios ecoam no ar
Enquanto despenco outra vez

Eu te conhecia só de ouvir falar
Mas a provação me fez enxergar
Que eu sou fraco ao me afastar
Que sem o Teu amor não consigo lutar
Quero entregar minha vida em tuas mãos
Vem me fazer depender mais de Ti
Vem destruir todo meu coração
Pra reviver Teu Espírito em mim

Quero viver a tua vida
Quero beber das tuas fontes
Quero ser vaso de honra
Quero voar sobre os montes
Quero ver mais do que a salvação
Quero lembrar o que me prometeu
E mergulhar em uma nova unção

Me desfazer de mim pra ser Teu, Jesus!!

FIM

Foi em agosto daquele ano que fiz essa oração, e o agosto desse ano me fez querer escrever.

Foi em agosto daquele ano que eu compreendi que a salvação não é o ápice do Evangelho. Na verdade, ela é só o início.

Em Jesus, que definitivamente tem TODO o poder

Renato Melgaço

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

É pra já!!!


Ele lhes respondeu: "Não lhes compete saber os tempos ou as datas que o Pai estabeleceu pela sua própria autoridade. Mas receberão poder quando o Espírito Santo descer sobre vocês, e serão minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judéia e Samaria, e até os confins da terra". At. 1:7-8

Uma das características mais tristes desta geração em que vivemos é o imediatismo. Tudo é pra agora!! Basta ver a publicidade de qualquer produto hoje em dia. Frases como "consiga o resultado em pouco tempo" ou "em poucos dias você notará a diferença", ou ainda características como "instantaneo" ou "pronto pra usar", ganham cada vez mais espaço no mercado, comprovando a busca pelo resultado imediato. E não é só no mercado, é em tudo. O diploma rápido, o casamento precoce, a ascensão meteórica no emprego, esteroides-anabolizantes pro corpo, o calmante pro sono, a desvirginização de crianças e adolescentes, a procura por felicidade instantanea nas drogas, etc. Tudo resultado de um imediatismo evidente. O ser humano em si mesmo, não sabe mais esperar.

E era inevitável que uma característica tão notável na sociedade não ganhasse espaço em nossas igrejas. Cada vez mais se vê pessoas, não só vivendo, como pregando o imediatismo dentro das igrejas. Jargões como "hoje é o dia da sua vitória!!" , e a procura pelas "bençãos" e "sinais" imediatos tem sido o motor que faz milhares de pessoas exercerem sua fé. Eu creio que Deus pode fazer muito nesse cenário, pois Ele é misericordioso, e atenta para o nosso bem sempre, inclusive quando o bem Dele nos parece bem também. O problema é quando o bem Dele não parece o bem pra nós (em nossa própria visão), e nos prendemos em nossa visão, que não viu o resultado esperado. A oração "miojo", que em apenas três minutos deixa sua benção pronta, falhou. E agora? No que acreditar? A escatologia (estudo do fim dos tempos), ainda é o assunto que causa mais interesse nas igrejas. Todo mundo quer saber como termina, ao invés de saber o que se passa.

No texto que lemos acima, vimos que os discípulos, queriam o cumprimento da profecia da restauração do reino de Israel de imediato. Porém, a resposta de Jesus, como de costume, é fantástica: "não lhes compete saber os tempos ou as datas...".

Como sei que muita gente não concorda com o que escrevi no terceiro parágrafo, usarei o que procuro viver em minha vida, e que tem dado muito certo. Leia, examine e retenha o que é bom:

- Eu creio que o dia da minha vitória foi o dia em que Cristo deu a vida por mim (antes da fundação do mundo!!), pois ali a vitória se construiu e tudo que veio depois disso coopera para o bem de todos que verdadeiramente o amam, inclusive nossos sofrimentos e aflições nessa terra,que nos levam a esperar com grande expectativa a vida eterna com Cristo (Ap.13:8; Rm.8:27-28; Rm.5:3-5);

- Eu creio que as bençãos e sinais acompanham aqueles que crêem no Senhor, e não em uma fé condicionada às bençãos e os sinais (Mc.16:17);

- Eu creio que Deus SEMPRE faz sua vontade, pois não há NADA que possa impedi-Lo. Minha oração não é um "gatilho" da vontade de Deus, e sim um pedido de um filho, que pode ser atendido ou negado por um Pai amoroso(Ef.1:11; Lc.11:11-13; Jo.9:31);

- Eu creio que os resultados imediatos existem quando em conformidade com a vontade de Deus, mas não condiciono a minha fé em vê-los, pois para mim, todos os sinais antes demonstrados já são mais que suficientes ( I Jo.5:14; Mt.16:4);

- Eu creio que a escatologia serve para mostrar o que o princípio e o meio da história já mostraram: que a vitória no final é certa, e que não há o que temer. A parte dela que não me compete, deixo para aqueles que com isso se preocupam (Ap.21:6-7).

Na sequência do texto, Jesus deixa um "mas" aliviador: "... receberão poder... para testemunhar...". Repare que é "poder para testemunhar" e não "testemunhar para o poder". Muito tem se visto do agir do Espírito Santo como consequencia de alguma coisa. O poder nesse caso vira efeito. Eu creio no poder do Espírito que causa o testemunho. O poder do Espirito Santo é a causa do culto que foi benção, e não o efeito dele. O poder do Espirito Santo é a causa da vigília de oração, e não o que sobrou dela. O poder do Espírito Santo o que causa o Evangelhismo, e não a consequência dele.

Enfim, o poder do Espirito Santo é a causa de boas obras que terminam em testemunhos, e não o efeito das obras que faço... em Jerusalém (o mais perto primeiro), em toda a Judéia e Samaria, e até os confins da terra.

Em Jesus, Aquele que tem todo o poder para agir e permitir

Renato Melgaço

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

A casa caiu!!



“Quanto à antiga maneira de viver, vocês foram ensinados a despir-se do velho homem, que se corrompe por desejos enganosos, a serem renovados no modo de pensar e a revestir-se do novo homem, criado para ser semelhante a Deus em justiça e em santidade provenientes da verdade.” Ef. 4:22-24

Voltei à poucos dias de uma viagem missionária que fiz junto a vários irmãos à uma cidade chamada Salto da Divisa, no Vale do Jequitinhonha. Uma cidade que sofre pela falta de desenvolvimento (especialmente econômico), como é comum naquela região, e que tem tristes resultados, como fome, miséria, educação e saúde precárias, enfim, um quadro que assola o interior de todo o Brasil infelizmente. Apesar de tudo isso, percebi um povo batalhador e feliz, o que nos dá um “tapa de luva” logo de cara, que se estendeu por toda a semana que lá estive. Pois bem. Resolvi escolher um dos momentos lá vividos para ilustrar o poder da ação do Espírito Santo em nós, quando estamos engajados em obras como essa.

Essa viagem acontece anualmente (essa foi minha primeira para lá), e toda vez escolhe-se uma família, à qual se presta apoio completo (moradia, alimentação, qualidade de vida, etc.), além das ajudas pontuais à várias outras famílias. Dessa vez, a família escolhida foi a de um senhor conhecido na cidade como Zé Trovão. Já de idade avançada, ele vivia em condições sub-humanas com uma esposa e seis filhos, em um casebre que ele mesmo havia construído em um lote emprestado. Esse casebre era feito de pau a pique, formando as paredes gradeadas, e nas fendas dessa grades pequenos tijolos de barro. Troncos de árvores arrancados, davam lugar às vigas e metros de arame emaranhados ligavam tudo isso. O chão de barro puro (inclusive por chover, enquanto lá estivemos), e muita sucata servindo de móveis. Forros de lona no chão davam lugar às camas, e a exposição a varios tipos de doença era evidente. Eles viviam nessa situação a mais ou menos 4 anos. Uma das coisas que Deus nos permitiu fazer por essa família foi a construção de uma nova casa em um lote cedido pelo governo. Construiu-se e mobiliou-se a casa, com tudo novo, desde o acabamento da casa à todos os móveis lá colocados. Como o lote antigo era emprestado, fomos derrubar a antiga casa, com tudo que havia dentro (já que era tudo inutilizável), o que acabaria servindo como símbolo da transformação que Deus proporcionou à vida daquela família. Quando chegamos para derrubá-la, visualmente seria fácil. Eram por volta de 15 homens com ferramentas nas mãos, para jogar a casa ao chão. Começou-se então o trabalho e não demorou muito para vermos que não seria tão simples assim. Apesar da fragilidade do material, os emaranhados de arame e toda a madeira cruzada, tornava muito difícil a tarefa. Depois de muito tempo batendo, serrando, empurrando, cavando, tudo para jogarmos a casa no chão faltava ainda um cômodo, o central de um total de 3, que era sustentado pelas duas principais “vigas” e que mesmo depois de muito custo não caía de jeito nenhum. Alguém que sabia que estávamos lá, ou havia visto, solicitou a ajuda de um trator. Esse trator chegou enquanto ainda estávamos tentando derrubar esse cômodo. Saímos da frente e o trator derrubou em segundos o cômodo, além de juntar todo o entulho dos cômodos que havíamos derrubado, mas ainda estavam emaranhados no chão. Para se ter uma idéia da força do trator, havia um carrinho de mão acidentalmente no caminho, que o trator passou por cima e tratou o aço como papel, embolando o carrinho e o desfazendo juntamente com toda construção. Em meio ao processo de destruição da casa, seu Zé Trovão chegou e queria salvar uma mesa, que segundo ele era utilizável ainda, dentre algumas outras miudezas, mesmo ele tendo uma mesa nova e aquelas miudezas não lhe tendo utilidade alguma em casa. Chegou a se entristecer quando viu o trator destruir tudo, mas posteriormente nós o explicamos tudo e ele entendeu. Mas enfim, a casa nova estava em pé e pronta para morar (vide foto), e a casa velha estava no chão.

Quando vi toda essa situação descrita acima se desenrolar, comecei a pensar no versículo de Efésios que citei no começo do texto. Em II Co. 5:17, vemos que quando estamos em Cristo tudo em nós se faz novo. Novo. Mas em Efésios diz que o velho homem está lá, esperando que nós nos dispamos dele, para que o novo tenha efeito de novo, efeito de ser semelhante ao próprio Deus. Então pegamos nossas ferramentas (oração, jejum, bíblia, etc) e começamos a batalha de destruir a velha casa, onde morava o prática do pecado, e fazer valer a nova casa, habitação do próprio Deus e dada por Ele mesmo gratuitamente. Apesar de ser uma árdua tarefa, começamos com muito suor, e até vencemos certas etapas da destruição do velho homem, apesar de deixarmos todo o entulho emaranhado esparramado pelo chão. A parte mais difícil fica de pé ainda, mas seguimos firmes na tentativa da derrubada. Alguns sabem que estamos nessa batalha, ou vêem enquanto tentamos vencer o velho homem, e intercedem por nós junto ao Pai. Deus manda o trator, e não tem nem graça. Em segundos o velho homem está no chão, e é ajuntado e entulhado para ser queimado junto com todo o restante de emaranhados que havíamos deixado no chão. Nessa passagem o trator destrói inclusive as “ajudinhas humanas”, ou os carrinhos de mão que deixamos pelo caminho, pois Ele não precisa de ajuda. O que acontece com algumas pessoas é que elas desistem em meio à todo esse processo. Alguns quando vêem o velho homem, já desanimam e acham que não darão conta. Outros, até começam, mas quando percebem a dificuldade abandonam a tarefa. Já para outros, as partes mais difíceis se tornam impossíveis, e eles desistem justamente na hora em que intercessores perceberão e clamarão por eles. O segredo é não desanimar, seguir batendo, empurrando, serrando, cavando o velho homem até que a ajuda do trator chegue e passe por cima de tudo para mostrar que Ele é muito mais forte que nós, e que não há comparação e que só Ele torna possível a destruição do velho homem completa. Mas não devemos desanimar. Alguns chegam a querer salvar algo de velho, porque acha utilizável mesmo tendo tudo novo. Não é só o pecado que compõe o velho homem, mas tudo aquilo que não se encaixa no novo homem também, por fazer parte do velho. Devemos lembrar que existe uma condição para que experimentemos a vontade de Deus: a RENOVAÇÃO da nossa mente!!
“Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.” Rm. 12:2

Em Jesus, o Único capaz de dar o que é novo e de destruir o que é velho

Renato Melgaço

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Ideias e Ideais

É impressionante o poder de se trocar um "i" e um "a" de lugar e redescobrir a chave de uma possível solução para um impasse. Leia as frases abaixo:

"Eu defendi minhas ideIAs."

"Eu defendi meus ideAIs."

As ideias de alguém são passíveis de características próprias e individuais, pois tem sua origem no indivíduo. Pessoas usam sua imaginação, criatividade e informações sintetizadas e acolhidas, para fundir uma ideia. Daí, temos que um ideia gera consequências, que podem de fato, ser boas ou ruins. Quando tenho uma ideia, sei que ela pode gerar o bem ou o mal, e se eu não consigo discernir o que ela gerará após efetuada, isso não me torna menos reponsável por ela. Ela é de minha responsabilidade, porque eu a tive.

Já com os ideais não. Ideais são originados, independentemente do indivíduo, baseados e compilados a partir de consequências coletivas que determinam condutas éticas e valores morais nos indivíduos que o seguem, além de guiar comportamentos e ações que nascem através das ideias desses individuos. O fato das ideias nem sempre condizerem com o ideal, só demonstra a fragilidade de um individuo, que não conseguiu em algum momento submeter uma ideia a um ideal.

Todos nós fazemos isso, em vários momentos de nossas vidas. E respondemos por isso como responsáveis que somos. Mas isso, não quer dizer que nossos ideais mudam, a cada momento que isso acontece. Nós fugimos de nossos ideais cada vez que temos ideias que vão contra eles, mas ao ver o resultado, não quer dizer que tenhamos mudado de ideal porque isso aconteceu. Para tentar solucionar isso fico me lembrando que, uma ideia deve ser submissa ao ideal, mas o ideal nunca será submisso a ideia.

O que acontece, é que algumas pessoas vêem mais nossas ideias do que nossos ideais. O que é natural, já que sabemos que uma ideia é um POSSÍVEL efeito de um ideal.

Para nós cristãos, o ideal é único. Se seguimos a Cristo, o nosso ideal é o Evangelho. Pois, o Evangelho é Cristo.

Nesse ideal, quando analisamos uma pessoa, devemos analisá-la por seu ideal, e nunca por suas ideias, pois isso se configuraria como julgamento individual. Mas podemos julgar um ideia, de quem quer seja, como boa ou ruim. Se fossemos medir os outros por suas ideias, como seríamos medidos? Afinal, repito, todos temos ideias tolas e ruins o tempo todo. Mas Deus nos olha por nosso ideal, que é Cristo em nós. Isso torna possível a Graça. Portanto se houve arrependimento de uma pessoa por uma ideia que possívelmente tenha fugido do seu ideal, Deus a julga segundo a Graça, pois o ideal é Cristo.

"Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus." Ef. 2:8

Porém, o remédio para quem não age dessa forma (de analisar a pessoa segundo seus ideais e não segundo suas ideias), não é uma revolução, ou uma rebelião... não. Quem responde assim, defende ideias. Para defender ideais, nós propagamos esses ideais. Se o nosso ideal é realmente o Evangelho, nós temos que defendê-lo propagando-o e não revolucionando-nos contra quem nós achamos que tenha feito algo que vá contra esse Evangelho. Foi assim com Paulo. Em Fp. 1:16, ele diz se encontrar preso por defender o Evangelho. Como ele defendeu? Propagando-o.

Portanto, não defenda ideias, antes, propague IDEAIS!!

P.S: Alguns leitores pediram um posicionamento meu, em virtude dos acontecimentos de sábado em minha igreja. Declaro-me submisso e amando ao meu pastor, ainda que discordando com a forma com a qual ele agiu. Tenho fé que o mesmo zelo e exortação apresentados no culto por conta de uma ideia, serão preservados em defesa do no nosso ideal. E na esperança que chegará o dia em que não haverão dois pesos e duas medidas diferentes em nosso meio.

Se você está lendo e não sabe o que aconteceu, trata-se de algo que só diz respeito à comunidade de fé da qual faço parte. Mas espero, que ainda assim, o texto seja benção em sua vida.

Ciente das possíveis consequências (mesmo sabendo que não tenho uma "voz" tão audível assim), sigo propagando o ideal no qual acredito piamente, com as ferramentas que tenho.

Em Jesus, que é o ideal e sempre a melhor ideia

Renato Melgaço

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Fabricantes de Propósito

"Porque somos criação de Deus realizada em Cristo Jesus para fazermos boas obras, as quais Deus preparou de antemão para que nós as praticássemos." Efésios 2:10

Lendo o texto acima, eu sempre me permito fazer uma auto análise, e sempre concluo que preciso mudar em alguma coisa. A pergunta que sempre me faço é: "eu tenho realizado de fato o propósito de Deus em minha vida, ou eu tenho só tido vontade de fazer isso?".

O texto deixa claro, que existem obras e propósitos específicos para cada um de nós, e que nessas obras, está o propósito prático da salvação (leia desde o versículo 8 e isso fica claro).

O que impressiona, é que ao que parece, a tendência humana (sempre ela!!) nos leva ao lado contrário. Normalmente, seria razão de felicidade e motivação de sobra sabermos que existe algo particular entre nós e Deus que desemboca em um propósito particular, e ainda, é reconhecido particularmente por Deus. Em teoria, as pessoas amam esse desíginio de Deus, usam frases feitas para salientar os seus desejos de cumprir os propósitos de Deus para suas vidas, e se justificarem para si mesmas que o estão fazendo. Mas em teoria, de nada adianta. Basta olhar os frutos do cumprimento do "propósito de Deus", quando desempenhado de maneira deliberada ao gosto do fabricante. Sim!! o que vemos hoje são fabricantes de propósitos. Gente que industrializa, embala e rotula seus próprios propósitos, e o fazem em nome de Deus. Mas os frutos dessa fabricação própria falam por eles mesmos. Tristeza, frustração, medo, vergonha, decepção, etc. Enfim, eu poderia citar várias outras consequencias disso aqui, mas acho que essas já ilustram bem o que quero dizer. Não é culpa de Deus, que os resultados de seus próprios esforços sejam um fracasso, quando os propósitos são fabricados por você mesmo. A mania de se colocar na conta de Deus esse fracasso, é porque se coloca na conta de Deus o propósito, e ambos, são de conta exclusivamente do verdadeiro fabricante: O EGO!!

Deus preparou antes da fundação do mundo um propósito exclusivo para você. Uma obra feita nos seus moldes. Não queira fabricar outro propósito, no que você pensa ser seu molde. Ou pior, fabricar um propósito igual ao de "fulano" que prega bem, ou "ciclano" que canta como um canarinho!! Isso te faz perder de vista uma das coisas mais belas da vida cristã: a relação única e exclusiva entre você e Deus. Tudo porque você quis viver a relação de outra pessoa com Deus, ou quis um relação nos seus próprios moldes.

Deus te deu vocações, e diariamente te mostra oportunidades de utilizá-las no reino. Isso é chamado. Atender ao chamado do propósito de Deus, é fazer de cada oportunidade dessa, um momento único, dessa relação única, com o Único que dá sentido a tudo isso. Não jogue esse previlégio fora!! Pratique as obras que de antemão Ele preparou para você.

Em Jesus, onde todo propósito nasce e se cumpre

Renato Melgaço

segunda-feira, 20 de junho de 2011

E a tal pequena nuvem?

E ai galera, hoje to voltando a escrever e desde já agradeço à Deus pelos leitores que se mantiveram pacientes quanto à esse retorno!! rsrs.. se vc conheceu o blog a pouco tempo, seja bem-vindo!!

Nesse texto gostaria de abordar um tema que interfere diretamente na percepção que temos da ação de Deus.

Gostaria que você se puder, leia atentamente ao texto de I Reis 18, para que juntos tentemos melhorar essa percepção. Depois de ler, gostaria que você se focasse comigo na segunda parte do capítulo, a partir do verso 41.

Pois bem... Fazendo a analogia da chuva com a ação de Deus em nossas causas, vejo que a fé tem uma construção muito mais simples na compreensão, porém muito mais difícil na execução, do que alguns de nós tem enxergado.

O texto diz que Elias, acabara de ver a ação de Deus em outra causa contra os profetas de Baal, e logo depois Elias afirma com veemência à Acabe: "Vá comer e beber, pois já ouço o barulho da chuva". Não chovia a quase três anos, e o Senhor mandara Elias dizer a Acabe que Ele mandaria chuva sobre a terra no versículo 1. No começo do capítulo 17, Elias disse a Acabe, que a chuva voltaria a descer, quando ele, Elias, dissesse. Quando no verso 41, Elias diz a Acabe, obviamente, Acabe começa a se preparar para a chuva, afinal, o homem que havia lhe falado que a chuva cessaria e acertado, agora falou que ela voltaria. Elias então começa a orar, e por sete vezes seu servo vai conferir, se a chuva já vem vindo, e na sétima ele vê a tal pequena nuvem.

Vejo que baseado em algumas construções de fé, nós muitas vezes nos perdemos em como Deus está agindo em nós. Ficamos esperando a pequena nuvem, e clamando pela pequena nuvem, imaginando que depois que ela aparecer, é que Deus vai agir.

Acho que nosso erro nesse caso, é imaginá-la como um sinal (por favor, não parem de cantar alguma canção referente à isso só por minha causa, façam apenas um estudo de percepção textual na Bíblia). Ao invés de imaginá-la assim, eu prefiro imaginá-la como parte da nova ação de Deus. Afinal, a pequena nuvem também é de água, a pequena nuvem também é chuva!! Alguns podem pensar que a oração de Elias, era para que a chuva viesse. Me permitam "dar uma viajada" no texto, e falar que eu penso que Elias orou para que ela atrasasse, porque era para voltar a chover mediante a palavra dele. Porém era necessário que Acabe se aprontasse antes, para que a chuva não o impedisse de descer rumo a Jezreel. Elias, parecia estar ganhando tempo para Acabe. Muitos de nós precisamos nos preparar antes da ação de Deus. E talvez, ela não ocorra no tempo que pensamos, porque ela se tornaria em empecilho, para os demais objetivos de Deus para nós.

Mesmo não tendo certeza, sobre o que orou Elias, tenho algumas convicções. A nossa fé não pode surgir mediante ao surgimento da pequena nuvem. Ela tem que continuar firme, no momento em que a chuva para de descer. Se somos fracos, a ponto de não conseguirmos isso, que nos prendamos às outras ações que Deus tem feito por nós antes da chuva pelo menos e que isso seja sinal suficiente.

Elias sabia que a chuva viria. Ele afirmou. Cabe a nós OBEDECERMOS e nos preparar como fez Acabe pois a Palavra é o bastante. Ter fé não é esperar por sinais para acreditarmos na ação de Deus. É saber que a falta de chuva é uma ação Dele também, que serve para a glorificação do nome Dele. Pense nisso!! Não busque sinais... Lembre-se do que Jesus disse aos que faziam isso:

""Uma geração perversa e adúltera pede um sinal miraculoso, mas nenhum sinal lhe será dado, a não ser o sinal de Jonas". Então Jesus os deixou e retirou-se." Mateus 16:4

O sinal de Jonas, é o sinal daquele que desobedece. O segredo da fé, é a obediência.

Em Jesus, Autor e Consumador da nossa fé

Renato Melgaço

quarta-feira, 4 de maio de 2011

O crente "pirata"

Dvd´s, cd´s, camisas, bonés, bermudas, eletronicos, etc. Tudo quase que é produto hoje, tem duas versões ou mais por marca: a original, que trás consigo toda qualidade que aquela marca carrega, e a(s) pirata(s), que apresenta(m) uma qualidade inferior mas o nome e o logotipo estampados como a principal razão para a compra. Considerando que o valor de um produto está na qualidade (material, funcionalidade, design, etc.) e na marca (garantia, segurança, reputação, etc.) faz a gente se questionar sobre a necessidade da pirataria... Carregar algo de menor qualidade, por conta de um menor preço, mas carregando uma reputação de grande qualidade, sem tê-la.. Para que? Porque não carregar uma marca que corresponda a qualidade apresentada, já que essa qualidade é satisfatória?

Em Galatas 6:17, Paulo pede com autoridade que não seja pertubado, pois carregava a marca de Cristo em si. Porém, o que dá essa autoridade à Paulo, não é dizer que tem essa marca, e sim a qualidade que essa marca proporciona, testemunhada por todos a quanto ele fala.

Se vivemos por um lado a "era da marca" no mercado, podemos dizer que vivemos essa mesma era no cristianismo atual. Está fácil ver a marca de Cristo por todo lugar que passamos. Falar "eu sou crente" hoje, de certa forma trás algum tipo de diálogo diferente do que em outros tempos. Às vezes chega a ser status, mas no minimo gera um respeito social, pelo posicionamento, ideologias, etc. Basta notar o aumento no número de adesivos, camisas com dizeres cristãos nas ruas, e até a maior frequencia de pessoas em igrejas evangélicas nos ultimos tempos. A questão a ser levantada é: se uma marca de um produto tem o intuito de chamar a atenção do cliente, de quem nós queremos chamar a atenção como cristãos? Quem é o nosso "cliente"?

Fato é, que no caso do mercado, existem dois tipos de clientes: os que se dão por satisfeitos com o logotipo, com o nome, e os que só se dão por satisfeitos com a qualidade que a marca buscada oferece.

Em João 4:23, João escreve que o Pai procura adoradores que o adoram em espirito e em VERDADE. Talvez só carregar logotipos, caras de crente, aparência cristã, "venda" nosso cristianismo para os homens. Mas Deus é o "cliente" que busca verdade, qualidade, originalidade. Qual têm sido a sua relação com sua marca cristã? somente exterior, ou você carrega a qualidade que dela se espera?

Lembre-se: O cliente do pirata se satisfaz com o original, mas o cliente do original nunca se satisfaz com o pirata.

Em Jesus, Dono das marcas que me marcaram

Renato

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Corrida Maluca




Quantos se lembram daquele desenho "Corrida Maluca"? Com certeza, um dos melhores da história da tv. Me divertia muito assistindo e tenho certeza que a maioria de vocês (que assistiram) também se divertia.

A história era de uma corrida de automóveis (que nem sempre eram "autos", já que até avião tinha) que acontecia em várias etapas, sempre com um desenvolvimento extremamente maluco, e com um desfecho deliciosamente prevísivel.

Entre as personagens, as personalidades eram das mais variadas, e eram caracterizadas pelo nome, que remetia à personalidade de cada um: Penelope Charmosa, Peter Perfeito, Barão Vermelho, etc.

O vilão da história era Dick Vigarista, que era extremamente engenhoso, porém muito atrapalhado, azarado e derrotado. Ele sempre tentava atrapalhar a corrida dos outros trapaceando ao invés de tentar vencê-la, porque pra ele a única chance era essa, se os outros não vencessem, ele ganharia. Ou seja, ele entrava na corrida já derrotado, e no final ele acabava pior do que já entrou.

No final não importava quem ganhava, e sim quem terminava a corrida, pois ela era tão maluca, que esse era o desafio. Terminá-la.

Em Hebreus 12:1 vimos que existe uma corrida proposta a nós e que devemos ter alguns cuidados e observar algumas coisas para conseguirmos corrê-la. Como estamos correndo em cada etapa dessa corrida?

Devemos sempre começar, lembrando que o desfecho dessa corrida também é deliciosamente prevísivel, pois Jesus já venceu na cruz por nós (Rm 8:37).

Em segundo lugar observemos se temos usado o melhor de nossas características para encarar essa corrida. Somos marcados por qualidades e defeitos em nossa personalidade, mas isso não é desculpa para que caiamos nas ciladas (pecado), propostas pelo Diabo e que nos afastam do propósito de Deus.

O Diabo é o Vigarista da corrida. Ele está nela já sabendo que está derrotado (Ap. 12:12), e o único objetivo dele é nos impedir de vencer. Essa é a "vitória" momentânea dele. Ele é extremamente engenhoso ( Ef. 6:10-12), atrapalhado pelo perdão de Cristo a nós (I Co. 2:10-11), azarado, pois sua sorte já está definida (Ap. 20:10), e derrotado (Rm. 16:20).

Em terceiro lugar temos que ter consciência que a vitória está em terminar a corrida (II Tm. 4:7) por mais maluca que ela pareça. A receita pra isso está no verso 2 do capítulo 12 de Hebreus. Devemos fitar nossos olhos em Jesus, para que lembrando do que Ele por nós sofreu, não nos cansemos nem desanimemos (v.3).

Que façamos das palavras de Paulo, as nossas palavras:

"Todavia, não me importo, nem considero a minha vida de valor algum para mim mesmo, se tão-somente puder terminar a corrida e completar o ministério que o Senhor Jesus me confiou, de testemunhar do evangelho da graça de Deus" (At. 20:24)

Em Jesus, que é ponto de partida e linha de chegada

Renato

terça-feira, 12 de abril de 2011

Desafios a um jovem

É uma dificuldade para nós jovens purificarmos nosso caminho dia a dia. mas em Sl. 119:9 o salmista nos revela o segredo: viver conforme a Palavra de Deus. Gostaria de propor um desafio para nós, através desse texto hoje, vivermos conforme a Palavra de Deus.

- Desafio você a ser completamente devotado à Glória de Deus (I Co. 10:31)

- Desafio você a confiar incondicionalmente em Deus, pois assim somos resguardados por Ele (Pv. 29:25)

- Desafio você a praticar o amor de Deus diariamente para que suas obras glorifiquem ao Pai (I Ts 1:3)

- Desafio você a ler, amar e obedecer a Bíblia, crescendo em entendimento, fé e esperança (Rm. 15:4)

- Desafio você a orar para que a Palavra de Deus se revele a você, que a santidade se manifeste em sua vida e para que você seja sal para essa terra e luz para esse mundo (Rm 1:17 ; I Ts 4:7)

- Desafio que você se comprometa com o seu ministério, dedicando o máximo do seu tempo para Cristo (Ef. 5:16)

- Desafio aos solteiros que não fiquem paralisados pelo desejo de casar e sim explorem sua devoção a Cristo (I Co. 7:32)

- Desafio aos casados que apoiem, encorajem e influenciem seu cônjuge em santidade e oração (Ef. 5:33)

- Desafio você a procurar em todos os seus relacionamentos a direção do Espírito Santo ao aplicar a visão bíblica da masculinidade e da feminilidade, respeitando os papéis que cada um deve desenvolver na relação (I Pe 3:1,2,7,8)

- Desafio você a construir sua própria história em Cristo e não queira viver a história de outros, por mais que em partes ela se pareça com a de outros (Gl. 6:5)

- Desafio você a compreender a graça soberana de Deus para que seu espírito se fortaleça (2 Co. 12:9)

- Desafio você a não mensurar sua potencialidade pelas poucas funções restringidas e sim pelas incontáveis oferecidas (I Co. 12:11)




Que Deus nos abençoe nessa árdua e linda caminhada

Em Jesus, que venceu o maior dos desafios para fazer-nos com Ele mais que vencedores

Renato

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Garrafas

Ao falar para igreja de Laodicéia, o Senhor, através de João, fala algo interessante. Ele diz que é Ele que vem até nós. Ele bate à porta. O interesse de ceiar conosco é Dele primeiro, e não nosso. O Rei bate a porta, esperando que o servo o "deixe" entrar para ceiarem juntos (Ap. 3:20).

Para alguém que está de fora da cena, a inevitável pergunta vem à mente: O que esse servo tem de tão especial que o Rei, vem bater à porta dele, esperando ceiar junto com ele? O que essa pessoa tem de importante, pra oferecer ao Rei, que faze-o se rebaixar-se a esse nível?

Certa vez, quando era ainda um garoto, estava brincando de um jogo no qual o objetivo era derrubar com uma bola a garrafa do adversário. Na hora de procurar garrafas, cada um chegava com um tipo diferente de garrafa. Eu fui procurar a minha. E fiz uma breve análise. Vi no canto cascos de vidro, e logo pensei que aquelas não dariam certo, pois apesar de mais pesada e mais imposta, o equilibrio era mais dificil e ela se despedaçaria no primeiro tiro que recebesse. Num outro canto do saguão, havia uma garrafa PET, dessas de refrigerante. Até pensei em pegá-la, mas logo notei que seria certeira pra uma derrota, já que apesar de grande, ela era muito leve, e com todo aquele tamanho ficava mais dificil protegê-la. Todos os outros garotos, optaram por uma dessas duas opções, enquanto eu notei que na lata de lixo, havia uma garrafinha de 500ml de agua mineral vazia. Logicamente que ela também era leve, e que não tinha o mais perfeito equilibrio. Mas ela tinha uma grande vantagem. Ela era pequena. E isso a tornava muito mais dificil de ser atingida. Eu poderia protegê-la com muito mais eficácia.

Em Mateus 9, acontece um episódio marcante. Jesus se senta com os díscipulos e publicanos para ceiar com eles. Os fariseus logo questionam os díscipulos, perguntando quem era aquele que se assentava com publicanos e pecadores para comer. Jesus responde que Ele havia vindo para aquelas pessoas, afinal um médico vem para os doentes e não para os saudáveis.

Jesus bate a nossa porta querendo ceiar conosco. Ter o momento mais lindo de comunhão conosco. Mas é necessário que reconheçamos a nossa posição de pecadores, e mesmo quando restaurados, de discipulos. Esses são os tipos de pessoas com quem Jesus ceia. E porque o Rei prefere os pecadores e os discipulos? Porque são pequenos. Ele tem o poder de protegê-los, de resguardá-los. Não são pesados, mas também não podem ser despedaçados. Não são grandes, e por isso são mais fáceis de esconder. O Rei os quer pela dependencia que eles tem Dele, e não de suas próprias características. O Rei quer garrafas pequenas. Seja uma garrafa pequena.

É normal que você seja questionado sobre o seu Rei que prefere garrafas pequenas. Lembre-se que no texto quem respondeu às garrafas grandes foi Jesus. Ele naõ havia sido questionado. Os discipulos haviam. Ele se intrometeu, para defender as garrafas pequenas. Porque é por elas que Ele veio.

Em Jesus, o Colecionador de garrafas pequenas

Renato

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Louco sim, e você?

Se o Evangelho que você conhece não é loucura para esse mundo, então você não conhece o Evangelho.

Examinando a Bíblia vemos relatos de vidas que fugiam ao padrão da racionalidade do mundo!! Relato de loucos e loucuras por uma causa ainda mais louca!!

Todos os nossos heróis da Fé foram ou são loucos... pois viveram a loucura do Evangelho. Aquele que é mediano, que prefere o conforto do "equilíbrio da racionalidade" que paralisa o ser, não pode ter conhecido o Evangelho.

Ou vai dizer que não é um louco alguém que guiado por uma Voz, leva seu filho (que diga-se de passagem era seu maior tesouro) para ser sacrificado não é louco?

Alguém que ergue um cajado esperando que um mar se abra a sua frente, não é louco?

Alguém que com apenas dezessete anos e magrelo, encara frente a frente um gigante, não é louco?

Alguém que não teme uma jaula com leões famintos, não é louco?

Mas essas não são maiores loucuras do que a loucura maior...

Imagine um Rei que prefere ser Servo, não pra defender Seu interesse, e sim os interesses de outros... Imagine alguém disposto a abrir mão de Sua própria vida por outras pessoas, mesmo que muitas dessas pessoas odiassem esse Alguém, e ao morrer esse Alguém não deseja vingança, ao contrário, diz que aquele é o momento de Sua vitória!! Louco!!!!

Somente outro louco, aceita tal loucura... somente outro louco entende tal loucura... somente um louco prega tal loucura.. somente um louco vive tal loucura..

Ou vai me dizer que alguém que responde "SIM" a uma pergunta dessa - "O que você acha de pegar sua Cruz e me seguir?" - não é louco?

Nossa realidade como cristãos é loucura para a realidade humana. Na nossa realidade, o menor é o maior, aquele que serve reina sobre os demais, aquele que morre, vive!! Sim.. a morte para o mundo, é o viver para Deus!!

Deixo esse texto como homenagem a todos loucos por Jesus de quem ouvi falar e aos quais ainda conheço e convivo...

Em Jesus, que foi louco por nós primeiro

Renato

quinta-feira, 31 de março de 2011

graças pela Graça

Como Deus é bom!! E como é bom experimentar a misericórdia que dura para sempre!! Misericórdia essa, dada de graça e em forma de Graça. Lendo Efésios 1, percebo porque devo dar graças a Deus pela Graça:

- Dou graças a Deus pela Graça pois ela me mantém firme, me conscientizando de que minha simples existência têm seu objetivo centrado em Deus (Ef 1:12-14 Rm. 11;36);

- Dou graças a Deus pela Graça que faz eu me lembrar que a minha salvação é para a glória de Deus e não para a minha própria (Ef. 1:4-6, Rm. 6:11);

- Dou graças a Deus pela Graça que me transforma em baluarte da verdade, e me dá a honra dessa responsabilidade (Ef.1:22-23, I Tim. 3:15);

- Dou graças a Deus pela Graça que me garante que Deus terminará a obra que Ele mesmo planejou e começou em minha vida (Ef. 1:9-10, Rm. 8:28-29);

- Dou graças a Deus pela Graça que me mostra que os propósitos de Deus são soberanos e tudo o que faço deve ser feito para Sua glória (Ef. 1:11, I Cor. 10:31);

- Dou graças a Deus pela Graça que me dá a esperança de que Ele ouça minhas orações, para que Ele conceda fé e arrependimento aos homens , não segundo meu querer, mas sim segundo a vontade Dele, que é boa, perfeita e agradável (Ef. 1:18-19, II Tim. 2:25-26, Ez. 11:19, 36:27, Dt. 30:6, At 16:14);

- Dou graças a Deus pela Graça que me lembra que devo pregar o Evangelho, para que pessoas venham a ter fé e arrependimento, mesmo sabendo que é Deus quem realiza essa obra e não nós mesmos (Ef. 1:7-8, Jo 10:16);

- Dou graças a Deus pela Graça que me garante que Deus vencerá no fim, e que eu estarei ao lado Dele (Ef. 1:20-21 Is. 46:9-10).

Enfim... existem vários outros motivos para eu agradecer à Deus pela Graça... Esses são somente alguns.

E você, quais são os seus motivos? Tem agradecido por eles?

Leia o Sl 50:14-15, e agradeça a Deus.

Em Jesus, que é a Graça manifesta

Renato

segunda-feira, 28 de março de 2011

Pedras ou Pães?

Pedir é importante... Saber o que pedir é importante... Saber como pedir é importante... Saber a quem pedir importante... e mais importante ainda é saber receber... ou não receber.

É importante pedir, pois todo que pede recebe (Mt 7:8).

O que pedir é importante, pois se todas as coisas cooperam para o bem dos quem amam a Deus (Rm 8:28), será que o que pedimos coopera para o nosso bem?

Saber como pedir é importante, pois se não sabemos como oramos (Rm 8:26) é necessário que Alguém interceda por nós.

Saber a quem pedir é importante, porque as vezes pensamos que sabemos, mas se soubéssemos realmente, nos voltaríamos tanto para nossos próprios esforços (Ef. 3:20)?

E se confiamos em quem nos dá, será que o melhor é realmente receber? Ainda que exista a garantia de que irei receber o que peço? No texto de Mateus 7, Jesus pergunta aos díscipulos se um filho pedindo pão ao Pai, ele acaso lhe daria pedra. Mas o problema que gostaria de ressaltar aqui, são os filhos que pedem pedra. Será que o seu desejo coopera para seu bem? Convém "cobrar" de Deus o seu pedido, colocando Mt 7:8 como carta de garantia?

Vejamos alguém que pediu e recebeu, e alguém que pediu e não recebeu para tentarmos entender como o Pai atende aos seus filhos. Primeiro um que recebeu:

No texto de Marcos 10, a partir do verso 46, Jesus está chegando a Jericó. Vale lembrar que Jericó, era ponto de parada de descanso, pois ali se findava um exato dia de caminhada e por conta disso, era um lugar de varios pedintes, que sabiam que por ali parariam vários viajantes e mercadores.
Um desses pedintes era Bartimeu. Cego de nascença que estava a beira do caminho, e que com certeza ja ouvira falar de Jesus. A primeira coisa que vimos é que ele estava no local certo. Na hora de pedir, você está aonde Jesus passa? você está em um caminho que Jesus pode compartilhá-lo com você?... Ao saber que Jesus estava passando, Bartimeu clamou em alta voz: "Filho de Davi, tem misericórdia de mim!!", você tem clamado a Deus? E não é um clamor que cobra de Deus, e sim que enaltece o reinado Dele sobre nós (afinal o termo "Filho de Davi" traz a tona a linhagem de Cristo) e que deixa acima de nossa vontade, a vontade do Rei?... Os outros começaram a repreender a Bartimeu dizendo para que ele ficasse quieto. Ele porém, intensificou o seu clamor. Quando a situação piora, você tem intensificado o seu clamor?... Jesus manda chamá-lo, e os homens dizem a Bartimeu para que ele tivesse ânimo que Jesus o chamara. Em um salto, ele se dispõe e vai até o Mestre. Quando Jesus te chama, você tem ânimo de ir até Ele ou espera Ele vir até você?... Jesus pergunta o que Bartimeu quer, e ele no mesmo instante responde que quer ver. Você está pronto para ser objetivo, sabendo o que quer, no momento em que Deus te perguntar o que você quer?... Jesus manda o cego ir, pois a fé dele o havia salvado. Você tem fé o suficiente para que seu desejo se concretize? E por último o texto diz que ele seguiu a Jesus. Se o seu pedido for realizado, ele vai te aproximar ou te afastar de Jesus?

Agora vejamos um que não recebeu o que pediu:

No texto de Lucas 22, verso 42, Jesus ora e pede que se fosse possível e se fosse da vontade do Pai, afastasse Dele aquele dever. O pedido de Jesus é negado. Jesus sabia pedir, como pedir, a quem pedir, e justamente por isso, seu pedido foi negado. Era a vontade do Pai. Mas Jesus estava no Pai, e o Pai estava Nele, e a vontade Dele maior era pra nosso bem. Jesus não abriu mão de pedir, mas abriu mão de receber. Se Jesus "cobrasse" do Pai o direito de receber o que pedira recitando Mt. 7:8, e tivesse seu pedido satisfeito, eu e você estaríamos condenados à morte eterna. Pense nisso!!

Sabemos que Deus age em todas as coisas para o bem daqueles que o amam, dos que foram chamados de acordo com o seu propósito. (Rm 8:28)


Em Jesus, que opera em nós tanto o querer como o efetuar

Renato

quinta-feira, 24 de março de 2011

Something Is Missing

Se te parassem na rua e te perguntassem hoje, "O que está te faltando?", qual seria sua resposta?

Nossos desejos, com certeza vem à tona com essa pergunta não?

Dentre as opções mais respondidas, com certeza apareceriam: casamento (cônjuge), namorado(a), dinheiro, amigos, viagem, bens materiais em geral, um bom relacionamento com a família, etc.

Estava ouvindo John Mayer (como de costume), a música era "Something is Missing" (leia a tradução), e talvez seja uma das mais belas respostas a essa pergunta.

Ainda que todas as coisas acima estivessem "ok´s", ainda te faltaria alguma coisa.
E não... Não pense que você sabe o fim do texto, achando que eu vou falar que Deus IRÁ realizar todos os seus desejos, porque eu não falarei.

Concordo que Deus ama abençoar à seus filhos, e que ele de fato abençoa (de várias formas, vale ressaltar), mas a questão aqui não é a necessidade em si e sim a satisfação dela. Existe um paradoxo nesse caso: ainda que Deus satisfizesse todas as suas necessidades, você não ficaria totalmente satisfeito, ou seja, ainda existiria uma necessidade. Como é possível?

No texto de Lucas 22, verso 35, Jesus faz aquela pergunta do princípio do texto aos díscipulos: "Vos faltou alguma coisa?". E incrivelmente a resposta era NÃO. Nada faltava. Pois Jesus ali estava. Ele supria a necessidade da bolsa, do alforje, das sandálias, dos pães, dos peixes. Enfim, Ele supria todas as necessidades. Mas,...

Mas, a cruz se aproximava e no verso 36, Jesus diz aos díscipulos, que agora eles precisariam de tudo aquilo novamente. O que nos deixa encucados, é que, mesmo sem Jesus como homem ao lado deles, os díscipulos ainda serviriam a Cristo, e O teria como o Deus que satisfaz todas as nossas necessidades. Mas Jesus fala que ainda assim eles precisariam daquelas coisas.

Existe necessidade no homem, mesmo quando ele é servo de Deus.

Mas então o que mudou que, antes com Jesus por perto (encarnado, porque Ele continua por perto)não haviam necessidades, e mesmo continuando servindo-O, agora elas existem?

Mudou a satisfação.

Antes a presença de Jesus era suficiente. Mas sem Jesus por perto, as necessidades ganhariam voz novamente.

Se o homem ficasse satisfeito completamente de suas necessidades sem Jesus por perto, nossa satisfação não estaria Nele e sim nas coisas que Ele nos pode dar.

Os díscipulos estavam satisfeitos, porque mesmo que tivessem fome, carência, cansaço... Jesus estava ali, ainda que não houvesse comida, relacionamentos ou uma cama, a insatisfação era impossível, pois Jesus estava ali.

Deus tem o interesse de te abençoar, mas não de te deixar satisfeito (até a Vida Eterna). Sempre você terá que recorrer a Jesus. E apesar Dele sempre estar presente, nós nem sempre estamos presentes Nele, e isso gera necessidade.

Até o dia em que estivermos sempre presentes Nele (MARANATA!!!), muito nos faz bem sermos insatisfeitos... Para que nos lembremos do Único que pode satisfazer-nos.

E quanto mais de Jesus temos, mais Dele queremos... é impossível ficarmos satisfeitos!! Glória a Deus por isso!!

Em Jesus, Que nos dá e nos tira as necessidades,

Renato

terça-feira, 22 de março de 2011

Razões para Condenarmos o Aborto

Posto aqui minha opinião sobre o assunto, a pedido de uma leitora do Blog. Por isso escrevo em um dia extra aos dias de postagem que são às segundas e às quintas.

É impossível, à luz da Palavra de Deus, justificarmos o Aborto. Não existe justificativa. Sempre é pecado. Citemos a Biblia:

Se já existe vida, existe morte, e a Bíblia condena o assassinato (Ex. 20:13). Talvez você pense: "E as mortes de guerra, como as que o povo de Israel proporcionou a outros povos, e até hoje se vê?". Basta lermos Rom. 13:1-7, que veremos que essa é a única excessão, pois se trata de Deus dando autoridade aos homens para ser feita justiça. Por isso as autoridades são instituídas por Deus, para que elas tenham sobre elas direitos que só o próprio Deus pode conceder. E uma autoridade não pode determinar o aborto, porque ela só tem direito sobre tirar uma vida se for para punição ao mal, mediante a guerra, como defesa e nunca para ferir um inocente (Rm 13:4). A biblia condena derramamento de sangue inocente (Sl. 106:38).

Visto isso, vamos refutar os argumentos daqueles que defendem o Aborto e querem ao mesmo tmepo andar em conformidade com a Palavra:

-Argumentam que só é caracterizado o pecado após o nascimento, e não na concepção, mesmo ja havendo vida: como eu já disse antes, se existe a vida e ela é tirada existe a morte. E ainda que assim não fosse, ao pararmos a concepção de um ser humano, estamos violando uma obra que só Deus pode fazer (Sl.139:13, Jó 31:15), e sujeitos a consequencia dessa violação.

-Argumentam que devemos escolher dos males o menor. Que se for uma tragédia, a morte do feto se torna justificável: Isso é o mesmo que dizer que a tragédia e o sofrimento são mais malignos do que o assassinato. É anti-biblico, porque Deus ama demonstrar sua Graça em nosso sofrimento, não só ajudando as pessoas a evitá-lo, como também as ajudando a crescer através dele (Rm 5:3-5, Tg 1:3-4). Falar que tirar uma vida é menos maldoso do que deixá-la sofrer é usar da nossa lógica contra a lógica de Deus, que diz que sua Graça é tão poderosa, a ponto de transformar o sofrimento em benção para o ser humano.

-Argumentam que será melhor para criança, já que toda criança vai para o céu: Esse é o mais absurdo de todos. Se fosse assim, podíamos matar crianças de um ano também. Não vou nem perder tempo argumentando contra aqui. Se você pensa assim, leia Rm. 6:1 e Rm. 3:8 e mude de opinião enquanto é tempo.

-Argumentam que o medo ou a condenação são fortes motivadores, e justificam o infrator pois são sentimentos incontroláveis: Não existem sentimentos incontroláveis para os que estão em Cristo, pois Ele criou os sentimentos e Ele tem o poder para não só controlá-los, como lançá-los fora.

Enfim, se é Deus quem dá a vida, somente Ele a pode tirar (Jó 1:21). Deus sempre defende o oprimido e o fraco (Ex. 22:21-24, Sl. 82:3-4) e Ele faz justiça contra aqueles que os fazem mal (Sl. 94:6,23). Jesus é a Vida, e ao impedir-se uma criança de vir a nascer, está se repreendendo (apesar de não conseguirmos impedir, pois elas relamente estarão com Cristo) de que um criança venha a Jesus. Aos que assim o fazem, ouça o própio Jesus dizer:

"Deixai vir a Mim os pequeninos e não os impeçais, porque deles é o reino de Deus" (Lc. 18:15-16)

segunda-feira, 21 de março de 2011

Todo mundo espera alguma coisa de um Sábado..

Se perguntarmos o significado do Sábado na comunidade de fé que eu frequento, provavelmente os jovens responderão que é o nosso dia de culto, com um belo sorriso estampado no rosto... e com razão... como é bom quando chega o Sábado e é dia de culto da mocidade!!

Se fizermos essa mesma pergunta, em várias comunidades diferentes, com certeza teremos as mais variadas respostas... realmente variadas!!

Alguns responderão que o Sábado é um dia como qualquer outro, outros que o Sábado é sagrado, outros responderão que todo dia é Sábado e outros que Domingo é Sábado... quê? é.. Respostas das mais variadas..

Esse debate não é de hoje. Na época de Jesus, ele já era "quente". O que siginifica ou não o Sábado; O que se deve fazer ou não no Sábado.

No Evangelho de Lucas, no capítulo 13, Jesus cura uma mulher no dia de Sábado, causando uma grande revolta em alguns por tal feito, pois a Lei estaria sendo desobedecida. De fato, uma prática que até então não era realizada aos Sábados, estava sendo feita... o que deixa a pergunta: Jesus quebrou o mandamento do Sábado? Se o fez, não o fez só uma vez, porque no capítulo 14 a cena se repete.

No sermão da montanha, Jesus disse que não veio para destruir a Lei e sim para cumpri-la. E assim, Jesus cumpriu toda a Lei. A morte de Cristo não justificou a Ele mesmo, pois Ele não precisou de justificação. E se Nele não se achou pecado, então Ele cumpriu toda a Lei. Mas se Jesus cumpriu o mandamento do Sábado, como explicamos seus feitos em Lucas 13 e 14?

Alguns podem responder essa pergunta com o texto de Lucas 6, verso 5, onde Jesus diz que Ele mesmo é Senhor do Sábado. Mas não acho que seja o texto ideal para respondermos esse questionamento, já que Ele cumpriu a Lei não só como Senhor, mas também como homem. Enfim, respondamos:

Todo mandamento, tem um objetivo, um propósito que visa também o bem da criação, e não somente o bem do Criador. Nenhum mandamento foi instituído por Deus, simplesmente para Seu próprio deleite, mas também como forma de demonstrar amor a criação e assim cooperar para seu próprio bem. Com o mandamento do Sábado, não foi diferente. Deus criou todas as coisas e no sétimo dia descansou. Mandou ao homem que assim o fizesse, pois fazia bem ao homem também descansar. Esse é o propósito do Sábado: descansar. E como Jesus cumpriu em Lucas 13 e 14 esse propósito? Aquelas pessoas estavam cansadas de um vida de enfermidades... uma mulher que estava a 18 anos doente e encurvada, com certeza estava cansada... e Jesus oferece o Sábado a ela... pois ela também tinha direito ao descanso de Deus... Jesus não só cumpre o Sábado, como trás o Sábado a nós... não é maravilhoso?!

Precisamos aprender com o Mestre, que o cumprimento da Lei está em seu propósito. Você tem descansado em Deus? Você tem cumprido o Sábado?... Ainda que debaixo da Graça, cumprimos a Lei pois ela é boa e anda em conformidade com o que Jesus pregou... Jesus não pregou o Sábado=dia, Jesus pregou o Sábado=descanso.

Cumpra o Sábado=descanso na sua vida, não importa em que dia... mas cumpra.. faz bem pra você, faz bem pra criação.. e se não souber como fazer, leia Galatas 5:14..

Deus nos abençoe!!

quarta-feira, 16 de março de 2011

O Discurso do Rei



Essa semana finalmente arrumei um tempinho para ver uns filmes no cinema. Entre eles vi o aclamado "o Discurso do Rei", grande ganhador da ultima edição do Oscar.

Para não estragar surpresas para aqueles que ainda não viram o filme, vou me ater a falar só sobre o assunto central: a importância da voz de um líder para uma nação.

Esse tema é muito bem abordado no filme, em contextos muito específicos, o que salienta essa importância.

A personagem central, o Duque de York, é filho do Rei George e sofre de um problema incurável de gagueira. Diante à sua posição, esse problema o afeta em vários níveis, em especial a sua relação de líder com a nação.

A partir desse ponto, gostaria de refletir juntamente com nossos líderes (todos aqueles que exercem de alguma forma, algum cargo que influencia e da suporte às pessoas).

A falta de voz tem sido uma das grandes responsáveis em nossos erros como líder. O problema é que atríbuimos a culpa desse "silêncio" quase sempre às pessoas que estão acima de nós, como controladoras do poder de nos dar voz.

Só que a falta de voz, muitas vezes tem outras causas. Um exemplo é falta de posicionamento perante questões concernentes ao nosso dia a dia. Ficamos "gagos" por não saber nos posicionar. Outro exemplo, é não saber usar nem os sussurros. Tem líderes que mesmo falando pouco e falando baixo, têm destruído muito mais do que edificado de fato, não sabendo que sua voz já tem influência, ainda que em somente alguns.

Um bom líder é aquele que sabe que já tem direito a voz, e que tem sabedoria para usá-la. Não aquele que pensa na voz que ainda não tem e usa essa desculpa para justificar a "gagueira" que o atrapalha em sua liderança.

É preciso saber usar a pouca voz, antes de querer o direito a discursar.

Esse era o discurso do nosso Rei...

sábado, 12 de março de 2011

Japão diz: Eli, Eli, lamá sabactâni!!



Estou acompanhando o que está acontecendo no Japão, e em meio as orações é inevitavel perguntarmos a Deus o porque disso tudo ou, alguns mais desapontados chegam a perguntar, onde está Deus nessa hora.

E é voltando-nos para a Biblia que temos nossas respostas.

Deus é Soberano, e está controlando tudo o que acontece, inclusive as tragédias. Sim!! o que está acontecendo no Japão é vontade de Deus!!

E isso talvez te faça pensar: "Que Deus é esse então, que manda sofrimento ao povo? É algum tipo de sádico que se diverte com tal caos?"

Quando pensamos no propósito de algo, sempre devemos partir do propósito central de todas as coisas. O propósito que analisamos, só é real se não invalida esse propósito central, e só existe por cooperar para esse propósito central. Mas então, qual é esse propósito central?

O propósito central de todas as coisas é a Glória de Deus!! E tudo o que Deus permite que aconteça, acontece favorecendo sua própria Glória.

Quando houve o dilúvio, foi para que Deus executasse parte de seu juízo sobre uma raça pecadora para arrependimento, para que os homens se voltassem para Glória de Deus.

E essa mesma premissa é válida para todas tragédias que vemos, os objetivos são os mesmos. Trazer o povo de volta para a Glória de Deus. "Porque todos pecaram e destítuidos estão da Glória de Deus" (Rm. 3:23) .

Vejamos o Haiti por exemplo. Um país que praticamente acabou por uma tragédia bem parecida com a do Japão. Porém, logo depois dessa tragédia a igreja haitiana se fortaleceu, pois o povo se voltou pra Deus. O terremoto na terra, causou abalos na espiritualidade do povo, que se voltou para a Glória do Criador, e para o reconhecimento de dependência que temos de Deus.

Por isso, antes de pensarmos que estamos livres desses tipos de coisa, reflitamos se não estamos nos tornando independentes em relação a Deus. Porque quando isso acontece e nós esquecemos, Ele mesmo faz questão de nos lembrar para sua própria Glória.

O que está acontecendo no Japão, é somente Deus falando: "EU SOU"!!!

Deus quer que tenhamos esperança em Sua Glória.


"E não somente isto, mas também nos gloriamos nas tribulações; sabendo que a tribulação produz a paciência,

E a paciência a experiência, e a experiência a esperança.

E a esperança não traz confusão, porquanto o amor de Deus está derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado." (Rm. 5:3-5)


Que Deus nos abençoe e tenha misericórdia de nós!!

quinta-feira, 3 de março de 2011

And the Oscar goes to...





Não me considero um cinéfilo, mas com certeza tento sempre estar atento ao cinema, pois é algo que realmente aprecio e na medida do possível frequento. Filmes são pontos de vista, percepções individuais sobre assuntos coletivos (na maioria das vezes) e quase sempre, quando são bons, é porque te fazem pensar nesse assunto por uma nova perspectiva.

No último domingo, tivemos a grande premiação do cinema, o Oscar. E como amante dessa arte, assisti e acompanhei a premiação. E ficou muito claro uma coisa pra mim (apesar de não ter visto todos os filmes, mas ter acompanhado a crítica), não que os ganhadores não merecessem, mas a academia premia os filmes que são feitos para a academia. O peso da bilheteria, da popularidade e da aclamação não é tão grande quanto o peso da perícia daqueles que analisam os indicados.Prova disso é que no ano passado, o tão badalado James Cameron (por "Avatar") não conseguiu bater Kathryn Bigelow (do até então timido "Guerra ao Terror").

Mas na verdade, o que não é assim na vida? O nosso prêmio, as nossas recompensas, o nosso reconhecimento, vem daqueles para os quais nós direcionamos nossas atitudes. Se você executar um bom trabalho na sua empresa, você fica muito mais tendente a uma promoção, mesmo que outros setores da empresa não fiquem cientes da seu trabalho, isso porque seu chefe está ciente e é ele quem dá o "prêmio" que nesse caso é a promoção. Mas se você é um péssimo marido, ou um péssimo filho, de nada adiantam suas ações do emprego para conquistar "recompensas" com seu cônjuge, ou com seus pais, por exemplo.

No reino de Deus não é diferente. Veja o que Jesus fala sobre os fariseus que faziam belos discursos nas praças, davam esmolas anunciadas, etc.: "Eles já tem sua recompensa...". Jesus não disse que eram atitudes desapercebidas no reino, e sim RECOMPENSADAS... o ponto é, recompensadas por quem? E a resposta é mesma dos casos acima: pelas pessoas às quais eu direcionei minhas atitudes. Se nós nos mostrarmos para os homens, não nos iludamos, nós seremos recompensados, mas pelos homens, que é a visão que almejamos. Mas se nós temos uma atitude discreta, mas não menos eficiente, como orar no seu quarto, um jejum não divulgado, etc. só existe uma pessoa que pode ver, logo, somente essa pessoa pode te recompensar, e essa pessoa é Deus.

Então a escolha é nossa. Ou somos Publicitários da Espiritualidade (termo usado por um pregador que conheci recentemente) e recebemos as recompensas dos homens, ou somos díscipulos de Cristo que recebemos a recompensa de Deus...

Deus nos abençoe

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Begins

A escrita não começa no encostar da ponta da caneta do papel, ou dos dedos nas teclas de um notebook. Não começa se quer na decisão de escrever. Ela começa muito antes disso. Um texto não é apenas um relato, é um ponto de vista, uma opinião, ainda que no seu modelo mais imparcial. Afinal até a grafia expressa opinião, já diriam estudantes da linguagem. Tudo que se aprende, que se crê, que se espera, que se alcança, que se sofre, que se celebra... enfim, TUDO influencia de alguma forma no texto.

Mas afinal, onde então começa a escrita?

De fato, não é uma resposta muito fácil de ser encontrada. Mas enquanto eu analisava um texto da Palavra de Deus, me permiti viajar a procura dessa resposta. O texto era o de Pv. 30:18-19. Percebi que o caminho de alguém na verdade é o seu texto. Agur não definiu assim no texto, mas sem dúvida contemplou. Contemplou que os três primeiros caminhos que ele enxergava o maravilhavam, porque de fato, esses caminhos escreviam uma história, um trajetória, um texto. Mas o quarto ele não compreendia. Não compreendia pelo tamanho da perfeição. O caminho do Amor. O Amor é o texto perfeito, afinal ele TUDO sofre, TUDO crê, TUDO espera e TUDO suporta... é realmente maravilhoso!!!

A escrita de alguém começa na sua concepção, ou seja no Amor de Deus ao nos dar a vida. E enquanto permanecemos no Amor, permanecemos na Graça, e no caminho perfeito que ela nos proporciona.
Eu, e vocês que lêem esses textos nesse blog expressos, escrevemos nosso texto diariamente. Permaneçamos no texto perfeito da Palavra de Deus. Afinal, Deus é amor, Jesus é o Verbo, Jesus é Deus, então, a Palavra é Amor, o texto perfeito.

Bem-vindos!!