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terça-feira, 20 de setembro de 2011

A mais linda história que posso escrever


Me permita lhe contar uma história:

Havia um Senhor bondoso que tinha um filho adotivo.

A esse filho esse Senhor deu liberdade total para fazer o que quisesse.

Só havia uma regra: Não ultrapassar os limites da fazenda, pois um vez fora dos limites, o filho se tornaria automaticamente escravo do senhor que morava na fazenda vizinha.

Certa feita, o filho se aproximou da cerca que dividia as terras. O senhor que morava na fazenda vizinha lhe disse:
- E então jovem? Já tem idade suficiente para trabalhar não é? Se você quiser tenho vagas para servos em minha fazenda...

O jovem respondeu:
- Meu Pai disse que não devo ir até a sua fazenda.

O vizinho replicou:
- Ele não é seu Pai. Ele é seu Senhor, afinal você é adotivo. E como escravo dele, não vejo você ter nenhum direito dos escravos que regem essa região, não é? De certo ele não quer que você trabalhe para mim, com medo de que um dia você também se torne um grande senhor de terras, e lhe ofereça competição.

O jovem não entendeu:
- Mas você já é dono de terras próximas às dele, e ele não liga. Porque ele ligaria que eu fosse dono de outras?

Novamente, o vizinho falou:
- Eu não sou dono daqui. Ele só me deixa morar e tomar conta dessa terra. E preciso de servos, que me ajudem a fazer isso.. então o que acha?

Usando de sua liberdade, o jovem partiu e foi ser escravo.

Segundo a lei, os filhos do escravo, também seriam escravos e assim por diante. O tempo passou, passou... E o vizinho então já tinha muitos escravos, que haviam nascido desde esse primeiro escravo.

O Senhor bondoso, amava a cada um deles como filho, pois eram todos seus, e quando usaram da liberdade que ele lhes dera, se tornaram escravos, e isso lhe entristecia. Afim de reparar o erro do primeiro escravo, o Senhor bondoso se propôs a comprar cada um desses escravos, mas o preço era alto demais. O senhor vizinho, só era obrigado a vendê-los a troco do único Filho gerado do Pai, o Unigênito.

O Filho disse ao Pai:
- Pai, mesmo o Senhor tendo dado direito de filhos à eles, eles prefiriram os direitos de escravos, pois não entenderam que eram filhos. Mas peço-te que não seja a vontade deles suprema à vontade do Senhor de amá-los. Me permita ir, e ocupar o lugar deles para que eles sejam justificados.

Então o Pai disse:
- Acaso não é justo que eles lá estejam se essa é a vontade deles? Mas se assim permitir, não serei eu desamoroso para com eles, sabendo o que é o melhor para eles? Pois que se cumpra a justiça e se cumpra o amor. Você se entregará por eles, e eles terão direito a voltar até nós para que se cumpra o amor, porém escolherei segundo o conselho da minha boa vontade, aqueles que regressarão, e o restante deixarei que se entreguem a sua própria vontade, para que se cumpra a justiça.

Assim, o Filho se entregou.

Porém, o Filho era herdeiro legítimo da terra, e mesmo sendo feito servo em lugar de outros, era Senhor daquela terra também, o que lhe permitia ser superior ao senhor vizinho naquela terra, e assim ele pode retornar a casa de seu Pai. Ele saiu e disse ao vizinho que um dia voltaria para buscar aqueles que seu Pai escolheu, e quando assim fosse, o vizinho deveria deixar aquela terra, com todos aqueles que não tivessem a marca do Pai, para uma prisão eterna de dor e sofrimento. O vizinho lhe perguntou que marca era essa, e Ele lhe respondeu que era a marca da fé do escravo, que na verdade sabia que era filho por meio da adoção do Senhor das terras, e que essa fé seria demonstrada por meio do arrependimento de ter escolhido ser escravo.

Mas enquanto esperavam a volta do Filho para resgáta-los, os escravos ainda eram escravos. Mesmo depois de serem marcados pela fé do Pai, pois eles ainda estavam lá.

Lá os escravos, só sabiam ser escravos. Não tinham como renegar a posição de escravos. Mas pela fé no Pai, eles podiam ser escravos do Filho, ao invés de escravo do senhor vizinho. Pois as terras eram dele, e o preço por eles já havia sido pago, e mesmo que o Filho ainda não houvesse voltado, eles tinha o direito de serem escravos do Filho, ao invés do senhor vizinho.

Enquanto fossem escravos, só poderiam ser escravos. O caso é, escravos de quem?

Aos que tinha fé no Pai, escravos do Filho
Aos que tinham sido entregues à sua própria vontade, escravos do senhor vizinho.

Como escravo do Filho, sua função era de noticiar a boa nova de liberdade, e todos aqueles que se arrependesem e crêssem, seriam feitos filhos e herdeiros também. Era seu dever se preparar para ser recebido na glória como filho. Era seu direito ser herdeiro de todas as coisas que eram de seu Senhor, seu Pai. Inclusive da glória de ser eterno ao lado Dele.


"Pois aquele que, sendo escravo, foi chamado pelo Senhor, é liberto e pertence ao Senhor; semelhantemente, aquele que era livre quando foi chamado, é escravo de Cristo." I Co. 7:22

Em Jesus, o Filho Unigênito
Renato Melgaço

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