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quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Nem todo Judas é Judas - e vice versa - Parte 2

Depois de algum tempo, convido você a retomarmos o nosso pequeno estudo verso a verso da carta de Judas. Se você não leu a primeira parte, faça-o para que não fique perdido nessa aqui. Retomaremos a partir do verso 9.

Nesse verso, temos uma grande polêmica, sobre de qual origem vem essa referência de Judas. Existem aqueles que acreditam que Judas se refere a um livro perdido, chamado "Assunção de Moisés", outros falam que é uma referência imprecisa do texto de Zacarias 3, onde o diabo teria disputado o corpo do sumo sacerdote Josué com um anjo.

Esta referência me parece mais adequada ao que Judas quis expressar no versículo (não exatamente ao escrito de Zacarias, mas a tradição da época), uma vez que o objetivo é denunciar o pecado e mostrar que nem os anjos podem purificar o homem, o que impediria a acusação do diabo, mas somente o Senhor é capaz de fazê-lo.

No verso 10 isto fica mais claro, pois ele remete que ao que parece, os homens começavam a atribuir poderes aos anjos que só Deus tinha, e dai a tal "difamação de coisas que não entendem" falada por Judas.

No verso 11 chegamos a um dos principais versos da carta, pois Judas faz 3 comparações diferentes aos tipos de leituras erradas da graça. Podemos ler a graça de Deus na maneira certa, ou de outras 3 formas erradas e pecarmos por isso.

A primeira delas é a leitura de Caim, que optou por mostrar sua propria potencia perante Deus, declarando independência ao invés da dependência ao mostrar o fruto de seu próprio trabalho, ao invés de mostrar o reconhecimento do sacrifício perante Deus. A graça não é o que nos torna menos dependentes de Deus, pelo contrário, ela nos aponta para total dependência do sacrifício de Cristo.

O segundo erro é buscar o lucro como fez Balaão, que praticava adivinhação (Js. 13:22), e como dito em Ap. 2:14, fazia com que o povo de Israel se entregasse ao pecado. Apesar de ele mesmo não ter amaldiçoado o povo, porque o Deus o impedira pela boca da jumenta, ele havia partido para o fazer seduzido pela oferta do rei. Aqui, Judas adverte para uma graça que aponta o lucro financeiro ou material como sendo a recompensa do crente. Imaginar isso é cometer o mesmo erro que Balaão, pois o dinheiro seduz e faz o homem que é seduzido ser propagador de maldição entre o povo de Deus, uma vez que nosso lucro está na vida eterna e naõ em bençãos financeiras ou materiais.

O terceiro erro é o erro da rebelião de Coré, que se rebelou contra Moisés e Arão, sendo insubmisso, e quis executar o papel de sacerdote que só Arão tinha autoridade para fazer.Pagou com morte, bem como os seus servos. Interessante é que o versículo os compara não a Coré e sim aos que foram destruídos por causa de sua rebelião. Aqui, Judas mostra que a graça não é o que nos exalta e nos torna superiores a ninguém, como alguns acreditavam na época, e ainda acreditam hoje. A graça ensina submissão, colocar nosso interesse abaixo de outros, nos fazendo servos e não usurpando o lugar de sumo-sacerdócio de Cristo, ainda que sejamos feitos sacerdotes com Ele. Mesmo Jesus sendo o Único Mediador entre nós e Deus, devemos aprender a nos submeter aos nosso líderes, e principalmente a colocar nosso interesse em plano de fundo, colocando a frente o interesse do evangelho. Além disso, nosso cuidado também deve ser voltado a não seguirmos aqueles que se rebelam, pois pagaremos pelo mesmo pecado se com eles nos ajuntarmos.

Três erros: orgulho, ganância e rebelião. Três possíveis leituras de uma "graça" inexistente. Aos que seguem qualquer um desses pensamentos, veremos quais consequencias os esperam na próxima parte do estudo.

Em Jesus, Único caminho onde a verdadeira graça se explica

Renato Melgaço

Um comentário:

  1. Essa fera ai meu... que benção irmão, que Deus continue lhe usando dessa maneira!!! vlw

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