Colaboradores
segunda-feira, 1 de agosto de 2011
A casa caiu!!
“Quanto à antiga maneira de viver, vocês foram ensinados a despir-se do velho homem, que se corrompe por desejos enganosos, a serem renovados no modo de pensar e a revestir-se do novo homem, criado para ser semelhante a Deus em justiça e em santidade provenientes da verdade.” Ef. 4:22-24
Voltei à poucos dias de uma viagem missionária que fiz junto a vários irmãos à uma cidade chamada Salto da Divisa, no Vale do Jequitinhonha. Uma cidade que sofre pela falta de desenvolvimento (especialmente econômico), como é comum naquela região, e que tem tristes resultados, como fome, miséria, educação e saúde precárias, enfim, um quadro que assola o interior de todo o Brasil infelizmente. Apesar de tudo isso, percebi um povo batalhador e feliz, o que nos dá um “tapa de luva” logo de cara, que se estendeu por toda a semana que lá estive. Pois bem. Resolvi escolher um dos momentos lá vividos para ilustrar o poder da ação do Espírito Santo em nós, quando estamos engajados em obras como essa.
Essa viagem acontece anualmente (essa foi minha primeira para lá), e toda vez escolhe-se uma família, à qual se presta apoio completo (moradia, alimentação, qualidade de vida, etc.), além das ajudas pontuais à várias outras famílias. Dessa vez, a família escolhida foi a de um senhor conhecido na cidade como Zé Trovão. Já de idade avançada, ele vivia em condições sub-humanas com uma esposa e seis filhos, em um casebre que ele mesmo havia construído em um lote emprestado. Esse casebre era feito de pau a pique, formando as paredes gradeadas, e nas fendas dessa grades pequenos tijolos de barro. Troncos de árvores arrancados, davam lugar às vigas e metros de arame emaranhados ligavam tudo isso. O chão de barro puro (inclusive por chover, enquanto lá estivemos), e muita sucata servindo de móveis. Forros de lona no chão davam lugar às camas, e a exposição a varios tipos de doença era evidente. Eles viviam nessa situação a mais ou menos 4 anos. Uma das coisas que Deus nos permitiu fazer por essa família foi a construção de uma nova casa em um lote cedido pelo governo. Construiu-se e mobiliou-se a casa, com tudo novo, desde o acabamento da casa à todos os móveis lá colocados. Como o lote antigo era emprestado, fomos derrubar a antiga casa, com tudo que havia dentro (já que era tudo inutilizável), o que acabaria servindo como símbolo da transformação que Deus proporcionou à vida daquela família. Quando chegamos para derrubá-la, visualmente seria fácil. Eram por volta de 15 homens com ferramentas nas mãos, para jogar a casa ao chão. Começou-se então o trabalho e não demorou muito para vermos que não seria tão simples assim. Apesar da fragilidade do material, os emaranhados de arame e toda a madeira cruzada, tornava muito difícil a tarefa. Depois de muito tempo batendo, serrando, empurrando, cavando, tudo para jogarmos a casa no chão faltava ainda um cômodo, o central de um total de 3, que era sustentado pelas duas principais “vigas” e que mesmo depois de muito custo não caía de jeito nenhum. Alguém que sabia que estávamos lá, ou havia visto, solicitou a ajuda de um trator. Esse trator chegou enquanto ainda estávamos tentando derrubar esse cômodo. Saímos da frente e o trator derrubou em segundos o cômodo, além de juntar todo o entulho dos cômodos que havíamos derrubado, mas ainda estavam emaranhados no chão. Para se ter uma idéia da força do trator, havia um carrinho de mão acidentalmente no caminho, que o trator passou por cima e tratou o aço como papel, embolando o carrinho e o desfazendo juntamente com toda construção. Em meio ao processo de destruição da casa, seu Zé Trovão chegou e queria salvar uma mesa, que segundo ele era utilizável ainda, dentre algumas outras miudezas, mesmo ele tendo uma mesa nova e aquelas miudezas não lhe tendo utilidade alguma em casa. Chegou a se entristecer quando viu o trator destruir tudo, mas posteriormente nós o explicamos tudo e ele entendeu. Mas enfim, a casa nova estava em pé e pronta para morar (vide foto), e a casa velha estava no chão.
Quando vi toda essa situação descrita acima se desenrolar, comecei a pensar no versículo de Efésios que citei no começo do texto. Em II Co. 5:17, vemos que quando estamos em Cristo tudo em nós se faz novo. Novo. Mas em Efésios diz que o velho homem está lá, esperando que nós nos dispamos dele, para que o novo tenha efeito de novo, efeito de ser semelhante ao próprio Deus. Então pegamos nossas ferramentas (oração, jejum, bíblia, etc) e começamos a batalha de destruir a velha casa, onde morava o prática do pecado, e fazer valer a nova casa, habitação do próprio Deus e dada por Ele mesmo gratuitamente. Apesar de ser uma árdua tarefa, começamos com muito suor, e até vencemos certas etapas da destruição do velho homem, apesar de deixarmos todo o entulho emaranhado esparramado pelo chão. A parte mais difícil fica de pé ainda, mas seguimos firmes na tentativa da derrubada. Alguns sabem que estamos nessa batalha, ou vêem enquanto tentamos vencer o velho homem, e intercedem por nós junto ao Pai. Deus manda o trator, e não tem nem graça. Em segundos o velho homem está no chão, e é ajuntado e entulhado para ser queimado junto com todo o restante de emaranhados que havíamos deixado no chão. Nessa passagem o trator destrói inclusive as “ajudinhas humanas”, ou os carrinhos de mão que deixamos pelo caminho, pois Ele não precisa de ajuda. O que acontece com algumas pessoas é que elas desistem em meio à todo esse processo. Alguns quando vêem o velho homem, já desanimam e acham que não darão conta. Outros, até começam, mas quando percebem a dificuldade abandonam a tarefa. Já para outros, as partes mais difíceis se tornam impossíveis, e eles desistem justamente na hora em que intercessores perceberão e clamarão por eles. O segredo é não desanimar, seguir batendo, empurrando, serrando, cavando o velho homem até que a ajuda do trator chegue e passe por cima de tudo para mostrar que Ele é muito mais forte que nós, e que não há comparação e que só Ele torna possível a destruição do velho homem completa. Mas não devemos desanimar. Alguns chegam a querer salvar algo de velho, porque acha utilizável mesmo tendo tudo novo. Não é só o pecado que compõe o velho homem, mas tudo aquilo que não se encaixa no novo homem também, por fazer parte do velho. Devemos lembrar que existe uma condição para que experimentemos a vontade de Deus: a RENOVAÇÃO da nossa mente!!
“Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.” Rm. 12:2
Em Jesus, o Único capaz de dar o que é novo e de destruir o que é velho
Renato Melgaço
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WOW...mto bom..mais pura verdade!!!
ResponderExcluirFoi uma experiência fantástica. Todo cristão deveria participar de uma obra missionária assim.
ResponderExcluirDeixar o comodismo de lado, arregaçar a mangas e cumprir o ide do Senhor não importando o lugar e as condições que irão enfrentar. Tudo pelo amor a obra de Deus.
Deus o abençõe!