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sexta-feira, 26 de agosto de 2011
M&M's
"Caminhando Jesus e os seus discípulos, chegaram a um povoado, onde certa mulher chamada Marta o recebeu em sua casa.
Maria, sua irmã, ficou sentada aos pés do Senhor, ouvindo-lhe a palavra.
Marta, porém, estava ocupada com muito serviço. E, aproximando-se dele, perguntou: 'Senhor, não te importas que minha irmã tenha me deixado sozinha com o serviço? Dize-lhe que me ajude! '
Respondeu o Senhor: 'Marta! Marta! Você está preocupada e inquieta com muitas coisas;
todavia apenas uma é necessária. Maria escolheu a boa parte, e esta não lhe será tirada'." Lc. 10:38-42
Já vi este texto ser pregado algumas vezes, o sermão dos dois "M´s", e me lembrei dele enquanto orava hoje. Resolvi pegar a bíblia e estudá-lo.
Jesus chega e Marta o recebe em sua casa. Em Ap. 3:20, temos uma passagem que diz que o Espirito de Deus está à porta bate e que se alguém ouvir Sua voz e abrir a porta, Ele entrará e ceiará com essa pessoa.
Pois bem. A analogia está feita. Marta convidou Jesus para entrar e o resto da história a gente já sabe. Será?
Eu já ouvi várias pregações nesse texto, e todas elas indicam a mesma coisa. Jesus entra na casa, e nós devemos escolher se somos Marta ou Maria. O sermão se desenvolve a partir dessa pergunta: Quem é você? Marta ou Maria?
Gostaria de refletir sob um aspecto que eu ainda não havia ouvido nesses sermões mas que percebi sobre esse texto, sob a mesma pergunta, mas com uma resposta diferente da anteriormente ouvida (pelo menos por mim. Talvez você já tenha ouvido essa!!).
A pergunta: Quem é você?
A resposta: Eu sou a casa.
É praticamente indiscutivel no meio cristão, a aceitação de que nós, que já temos a consciência que somos lavados e remidos no sangue do Cordeiro e somos por Ele salvos, nos tornamos morada Dele (Jo. 14:23, Ef. 2:22).
Quando nos encontramos com Cristo, Ap. 3:20 se cumpre, e Ele entra na casa que somos nós. Vejamos o que acontece depois disso.
Se no texto de Lucas nós nos colocarmos no lugar da CASA na qual Jesus entra, isso quer dizer que existe uma Marta e uma Maria dentro de cada um de nós, ou seja, somos uma casa com os dois "M´s" lá dentro (como na figura), e isso parece fazer mais sentido.
Jesus entra em nossa vida e a Marta quer por tudo em ordem para MANTER Cristo confortável ali dentro, pois afinal é Jesus. Todos nós somos assim hora ou outra na vida com Cristo. Queremos por tudo em ordem, correndo para lá a para cá, com medo de que a casa não seja digna da presença de Jesus (como se isso fosse possível por nós mesmos), e queremos arrumar tudo. Baseamos a ordem da casa nas atitudes de arrumação que damos. Jogamos fora hábitos, percepções, praticamos toda regulamentação cristã, na esperança de que essa faxina, torne o lugar mais aconchegante para Jesus.
Já a Maria que está dentro de nós, está sedenta por Cristo. Se joga aos pés de Jesus afim de ouvir a palavra Dele, sem se preocupar com mais nada. E nós ficamos revezando em nosso interior, ou pior ainda, vivendo simultaneamente Marta e Maria, e achando que o fato de estarmos vivendo a Maria naquele mesmo momento em que vivemos a Marta já é o bastante.
Na hora que estamos "fortes", tiramos onda de Marta. Fazemos e acontecemos, pois a casa está ficando um espetáculo através do nosso esforço. Mas basta uma escorregada, para percebermos que nada que façamos é o suficiente, e que nessa hora o que vale é ficar aos pés de Jesus afim de que Ele ajeite tudo, então lembramos de Maria.
Marta é a Lei. Maria é a Graça.
Daí você me pergunta: "Você está dizendo que a Lei é errada?". Não, porque nem o próprio Cristo fez isso no texto, mesmo que metaforicamente. Ele chama a atitude de Marta de desnecessária. A Lei não é errada. A Lei se torna desnecessária a partir do momento que estamos aos pés de Cristo, pois as palavras que Dele ouvimos são a própria Lei, e na Graça toda a Lei se cumpre. Fato é que quando cumprimos a Lei, afim de arrumarmos a casa pra Jesus, nunca conseguimos por completo, e isso traz condenação a nós mesmos por não podermos cumpri-la. Mas se reconhecermos que não podemos deixar a casa digna de Jesus, só nos resta nos render aos pés Dele, e deixar que a simples presença Dele dignifique o lugar, a morada que somos nós. E o melhor de tudo é que essa Graça não pode ser tirada de nós!!
Santificação não é o processo no qual você faz uma faxina na sua vida e a torna mais agradável, confortável ou digna para Jesus. Santificação é o processo no qual você consegue se livrar desse fardo pesado, e assumir o fardo leve de se manter aos pés de Jesus, que dignifica todo o lugar. "Apenas uma atitude é necessária."
Pense nisso!!
Em Jesus, que cumpriu toda a Lei e ainda assim morreu para que tivéssemos vida pela Graça
Renato Melgaço
quinta-feira, 18 de agosto de 2011
Renúncia
Começo esse texto com um pedido de desculpas, pois falei que seguiria com os próximos 4 textos de temas sugeridos pelos leitores, e esse não é um deles. A partir do próximo retomarei a série.
Hoje resolvi escrever um pouco sobre minha experiência individual com Deus, na expectativa não de que você leitor viva as mesmas coisas que eu vivi, mas sim possa de repente, ver uma nova face de Deus que talvez ainda não tivesse atentado para ela, e isso te ajude a superar algum conflito, ou que simplesmente seja edificante.
Bom, eu nasci em lar evangélico. Filho de pastores, neto de pastores, sete tios pastores, o que é claro indica que meu contato com as Escrituras se deu desde muito cedo. Por ser de raíz presbiteriana (hoje faço pate de uma denominação batista), havia uma valorização extrema, durante a minha infância, da escola bíblica dominical (o que por sinal deveria acontecer até hoje em toda igreja)e isso me fez pegar gosto pela bíblia desde muito novo. Aos 14 anos, através de estudos biblicos e com auxílios de livros acadêmicos de teologia reformada (já que meu pai era professor de seminário e a casa estava repleta deles), entendi o básico e suficiente plano da salvação (não que seja necessário todo esse estudo para entedê-lo), mas foi aos 15 anos que eu resolvi por mim mesmo que queria ser crente, e então me batizei (já estava na igreja batista), e a partir daí comecei uma caminhada de fidelidade para aquilo que eu acreditava ser o certo, o que acabou gerando em mim um "alguém" legalista e religioso. Eu era exemplo nesses quesitos que todos nós conhecemos. Mas com isso, aquela sensação que tive aos 15 anos de idade, foi ficando fraca progressivamente, de forma que aos 20 anos de idade eu caí. Nenhuma queda "digna" de holofotes. Mas eu já não era mais o exemplo. O legalismo ainda estava lá e eu não o estava seguindo, o que consequentemente estava atraindo condenação para a minha vida. Apesar de ser uma queda "clichê", não foi a a intensidade da queda e sim o tempo que ela durou, o que mais me prejudicou. Foram anos procurando fugir da condenação que a Lei me trazia, e tentando justificar os pecados que eu cometia, dia a dia. Prazeres carnais, sempre seguidos de uma tristeza, por saber que eu estava escravo do pecado, e pior que isso, o antídoto que eu conhecia não funcionava. Eu me enxergavaum tolo por não conseguir vencer as tentações, e me conformava com isso. Mas eu sabia que a Palavra de Deus não falhava. E se em João 8:32 falava que a verdade me libertaria, é porque pela lógica, então eu não conhecia de fato a verdade. Um baque quando descobri. E eu tinha que saber que verdade era essa. Mesmo vivendo ainda uma vida de pecado, eu comecei a buscar respostas para essa pergunta, até que me deparei com uma pregação via internet sobre graça. Deus me tocou profundamente ao ver aquilo. Algo que eu nunca havia sentido antes. Eu revi a pregação mais de cinco vezes só naquele dia, às lágrimas. Eu tinha a minha resposta, e é claro que ela era verdade, porque naquele momento eu fui liberto e o verso do evangelho de João se cumpriu. A verdade era mesmo tudo que antes eu havia escutado: Jesus morreu em meu lugar, ressucitou e se eu me arrependesse dos meus pecados, cresse nisso e o tivesse como meu Senhor e Salvador eu estaria livre. Mas na pregação ouvi algo que havia nesse senhorio e que até então eu não sabia o que era. A declaração de impotência perante a pessoa de Deus. Meu erro era acreditar que EU tinha que vencer meus pecados. Eu acreditava que sozinho, cumprindo a lei que eu havia construído em minha própria religiosidade, talvez Deus veria em mim o direito à salvação. Eu queria apresentar o fruto do meu esforço perante Deus, e a única coisa que isso atraía para mim era condenação, assim como Caim. E foi nessa hora que fiz uma oração declarando minha impotência diante de Deus, e tive certeza da minha salvação, não por algo que eu mesmo pudesse fazer e sim porque Ele quis que assim fosse. Com a oração, compus uma música no dia. Canto ela até hoje no meu quarto. Hoje deixarei a letra abaixo. Talvez ela te ajude a orar assim também.
RENÚNCIA
Procuro desculpas pras minhas ações
Eu não me entendo e nem posso explicar
O que me dominam são minhas paixões
Que me convencem a acreditar
Que sou forte o suficiente pra aguentar
Chegar a beira do abismo e resistir
Mas na verdade sei que não consigo suportar
Tropeço e começo a cair
Mas sei que estás sempre de prontidão
Basta eu clamar para me atender
Te peço socorro e me estendes a mão
Só o Teu perdão pode me reerguer
E quando estou bem eu volto a me enganar
E me esqueço de tudo que um dia Você fez
Gritos vazios ecoam no ar
Enquanto despenco outra vez
Eu te conhecia só de ouvir falar
Mas a provação me fez enxergar
Que eu sou fraco ao me afastar
Que sem o Teu amor não consigo lutar
Quero entregar minha vida em tuas mãos
Vem me fazer depender mais de Ti
Vem destruir todo meu coração
Pra reviver Teu Espírito em mim
Quero viver a tua vida
Quero beber das tuas fontes
Quero ser vaso de honra
Quero voar sobre os montes
Quero ver mais do que a salvação
Quero lembrar o que me prometeu
E mergulhar em uma nova unção
Me desfazer de mim pra ser Teu, Jesus!!
FIM
Foi em agosto daquele ano que fiz essa oração, e o agosto desse ano me fez querer escrever.
Foi em agosto daquele ano que eu compreendi que a salvação não é o ápice do Evangelho. Na verdade, ela é só o início.
Em Jesus, que definitivamente tem TODO o poder
Renato Melgaço
segunda-feira, 8 de agosto de 2011
É pra já!!!
Ele lhes respondeu: "Não lhes compete saber os tempos ou as datas que o Pai estabeleceu pela sua própria autoridade. Mas receberão poder quando o Espírito Santo descer sobre vocês, e serão minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judéia e Samaria, e até os confins da terra". At. 1:7-8
Uma das características mais tristes desta geração em que vivemos é o imediatismo. Tudo é pra agora!! Basta ver a publicidade de qualquer produto hoje em dia. Frases como "consiga o resultado em pouco tempo" ou "em poucos dias você notará a diferença", ou ainda características como "instantaneo" ou "pronto pra usar", ganham cada vez mais espaço no mercado, comprovando a busca pelo resultado imediato. E não é só no mercado, é em tudo. O diploma rápido, o casamento precoce, a ascensão meteórica no emprego, esteroides-anabolizantes pro corpo, o calmante pro sono, a desvirginização de crianças e adolescentes, a procura por felicidade instantanea nas drogas, etc. Tudo resultado de um imediatismo evidente. O ser humano em si mesmo, não sabe mais esperar.
E era inevitável que uma característica tão notável na sociedade não ganhasse espaço em nossas igrejas. Cada vez mais se vê pessoas, não só vivendo, como pregando o imediatismo dentro das igrejas. Jargões como "hoje é o dia da sua vitória!!" , e a procura pelas "bençãos" e "sinais" imediatos tem sido o motor que faz milhares de pessoas exercerem sua fé. Eu creio que Deus pode fazer muito nesse cenário, pois Ele é misericordioso, e atenta para o nosso bem sempre, inclusive quando o bem Dele nos parece bem também. O problema é quando o bem Dele não parece o bem pra nós (em nossa própria visão), e nos prendemos em nossa visão, que não viu o resultado esperado. A oração "miojo", que em apenas três minutos deixa sua benção pronta, falhou. E agora? No que acreditar? A escatologia (estudo do fim dos tempos), ainda é o assunto que causa mais interesse nas igrejas. Todo mundo quer saber como termina, ao invés de saber o que se passa.
No texto que lemos acima, vimos que os discípulos, queriam o cumprimento da profecia da restauração do reino de Israel de imediato. Porém, a resposta de Jesus, como de costume, é fantástica: "não lhes compete saber os tempos ou as datas...".
Como sei que muita gente não concorda com o que escrevi no terceiro parágrafo, usarei o que procuro viver em minha vida, e que tem dado muito certo. Leia, examine e retenha o que é bom:
- Eu creio que o dia da minha vitória foi o dia em que Cristo deu a vida por mim (antes da fundação do mundo!!), pois ali a vitória se construiu e tudo que veio depois disso coopera para o bem de todos que verdadeiramente o amam, inclusive nossos sofrimentos e aflições nessa terra,que nos levam a esperar com grande expectativa a vida eterna com Cristo (Ap.13:8; Rm.8:27-28; Rm.5:3-5);
- Eu creio que as bençãos e sinais acompanham aqueles que crêem no Senhor, e não em uma fé condicionada às bençãos e os sinais (Mc.16:17);
- Eu creio que Deus SEMPRE faz sua vontade, pois não há NADA que possa impedi-Lo. Minha oração não é um "gatilho" da vontade de Deus, e sim um pedido de um filho, que pode ser atendido ou negado por um Pai amoroso(Ef.1:11; Lc.11:11-13; Jo.9:31);
- Eu creio que os resultados imediatos existem quando em conformidade com a vontade de Deus, mas não condiciono a minha fé em vê-los, pois para mim, todos os sinais antes demonstrados já são mais que suficientes ( I Jo.5:14; Mt.16:4);
- Eu creio que a escatologia serve para mostrar o que o princípio e o meio da história já mostraram: que a vitória no final é certa, e que não há o que temer. A parte dela que não me compete, deixo para aqueles que com isso se preocupam (Ap.21:6-7).
Na sequência do texto, Jesus deixa um "mas" aliviador: "... receberão poder... para testemunhar...". Repare que é "poder para testemunhar" e não "testemunhar para o poder". Muito tem se visto do agir do Espírito Santo como consequencia de alguma coisa. O poder nesse caso vira efeito. Eu creio no poder do Espírito que causa o testemunho. O poder do Espirito Santo é a causa do culto que foi benção, e não o efeito dele. O poder do Espirito Santo é a causa da vigília de oração, e não o que sobrou dela. O poder do Espírito Santo o que causa o Evangelhismo, e não a consequência dele.
Enfim, o poder do Espirito Santo é a causa de boas obras que terminam em testemunhos, e não o efeito das obras que faço... em Jerusalém (o mais perto primeiro), em toda a Judéia e Samaria, e até os confins da terra.
Em Jesus, Aquele que tem todo o poder para agir e permitir
Renato Melgaço
segunda-feira, 1 de agosto de 2011
A casa caiu!!
“Quanto à antiga maneira de viver, vocês foram ensinados a despir-se do velho homem, que se corrompe por desejos enganosos, a serem renovados no modo de pensar e a revestir-se do novo homem, criado para ser semelhante a Deus em justiça e em santidade provenientes da verdade.” Ef. 4:22-24
Voltei à poucos dias de uma viagem missionária que fiz junto a vários irmãos à uma cidade chamada Salto da Divisa, no Vale do Jequitinhonha. Uma cidade que sofre pela falta de desenvolvimento (especialmente econômico), como é comum naquela região, e que tem tristes resultados, como fome, miséria, educação e saúde precárias, enfim, um quadro que assola o interior de todo o Brasil infelizmente. Apesar de tudo isso, percebi um povo batalhador e feliz, o que nos dá um “tapa de luva” logo de cara, que se estendeu por toda a semana que lá estive. Pois bem. Resolvi escolher um dos momentos lá vividos para ilustrar o poder da ação do Espírito Santo em nós, quando estamos engajados em obras como essa.
Essa viagem acontece anualmente (essa foi minha primeira para lá), e toda vez escolhe-se uma família, à qual se presta apoio completo (moradia, alimentação, qualidade de vida, etc.), além das ajudas pontuais à várias outras famílias. Dessa vez, a família escolhida foi a de um senhor conhecido na cidade como Zé Trovão. Já de idade avançada, ele vivia em condições sub-humanas com uma esposa e seis filhos, em um casebre que ele mesmo havia construído em um lote emprestado. Esse casebre era feito de pau a pique, formando as paredes gradeadas, e nas fendas dessa grades pequenos tijolos de barro. Troncos de árvores arrancados, davam lugar às vigas e metros de arame emaranhados ligavam tudo isso. O chão de barro puro (inclusive por chover, enquanto lá estivemos), e muita sucata servindo de móveis. Forros de lona no chão davam lugar às camas, e a exposição a varios tipos de doença era evidente. Eles viviam nessa situação a mais ou menos 4 anos. Uma das coisas que Deus nos permitiu fazer por essa família foi a construção de uma nova casa em um lote cedido pelo governo. Construiu-se e mobiliou-se a casa, com tudo novo, desde o acabamento da casa à todos os móveis lá colocados. Como o lote antigo era emprestado, fomos derrubar a antiga casa, com tudo que havia dentro (já que era tudo inutilizável), o que acabaria servindo como símbolo da transformação que Deus proporcionou à vida daquela família. Quando chegamos para derrubá-la, visualmente seria fácil. Eram por volta de 15 homens com ferramentas nas mãos, para jogar a casa ao chão. Começou-se então o trabalho e não demorou muito para vermos que não seria tão simples assim. Apesar da fragilidade do material, os emaranhados de arame e toda a madeira cruzada, tornava muito difícil a tarefa. Depois de muito tempo batendo, serrando, empurrando, cavando, tudo para jogarmos a casa no chão faltava ainda um cômodo, o central de um total de 3, que era sustentado pelas duas principais “vigas” e que mesmo depois de muito custo não caía de jeito nenhum. Alguém que sabia que estávamos lá, ou havia visto, solicitou a ajuda de um trator. Esse trator chegou enquanto ainda estávamos tentando derrubar esse cômodo. Saímos da frente e o trator derrubou em segundos o cômodo, além de juntar todo o entulho dos cômodos que havíamos derrubado, mas ainda estavam emaranhados no chão. Para se ter uma idéia da força do trator, havia um carrinho de mão acidentalmente no caminho, que o trator passou por cima e tratou o aço como papel, embolando o carrinho e o desfazendo juntamente com toda construção. Em meio ao processo de destruição da casa, seu Zé Trovão chegou e queria salvar uma mesa, que segundo ele era utilizável ainda, dentre algumas outras miudezas, mesmo ele tendo uma mesa nova e aquelas miudezas não lhe tendo utilidade alguma em casa. Chegou a se entristecer quando viu o trator destruir tudo, mas posteriormente nós o explicamos tudo e ele entendeu. Mas enfim, a casa nova estava em pé e pronta para morar (vide foto), e a casa velha estava no chão.
Quando vi toda essa situação descrita acima se desenrolar, comecei a pensar no versículo de Efésios que citei no começo do texto. Em II Co. 5:17, vemos que quando estamos em Cristo tudo em nós se faz novo. Novo. Mas em Efésios diz que o velho homem está lá, esperando que nós nos dispamos dele, para que o novo tenha efeito de novo, efeito de ser semelhante ao próprio Deus. Então pegamos nossas ferramentas (oração, jejum, bíblia, etc) e começamos a batalha de destruir a velha casa, onde morava o prática do pecado, e fazer valer a nova casa, habitação do próprio Deus e dada por Ele mesmo gratuitamente. Apesar de ser uma árdua tarefa, começamos com muito suor, e até vencemos certas etapas da destruição do velho homem, apesar de deixarmos todo o entulho emaranhado esparramado pelo chão. A parte mais difícil fica de pé ainda, mas seguimos firmes na tentativa da derrubada. Alguns sabem que estamos nessa batalha, ou vêem enquanto tentamos vencer o velho homem, e intercedem por nós junto ao Pai. Deus manda o trator, e não tem nem graça. Em segundos o velho homem está no chão, e é ajuntado e entulhado para ser queimado junto com todo o restante de emaranhados que havíamos deixado no chão. Nessa passagem o trator destrói inclusive as “ajudinhas humanas”, ou os carrinhos de mão que deixamos pelo caminho, pois Ele não precisa de ajuda. O que acontece com algumas pessoas é que elas desistem em meio à todo esse processo. Alguns quando vêem o velho homem, já desanimam e acham que não darão conta. Outros, até começam, mas quando percebem a dificuldade abandonam a tarefa. Já para outros, as partes mais difíceis se tornam impossíveis, e eles desistem justamente na hora em que intercessores perceberão e clamarão por eles. O segredo é não desanimar, seguir batendo, empurrando, serrando, cavando o velho homem até que a ajuda do trator chegue e passe por cima de tudo para mostrar que Ele é muito mais forte que nós, e que não há comparação e que só Ele torna possível a destruição do velho homem completa. Mas não devemos desanimar. Alguns chegam a querer salvar algo de velho, porque acha utilizável mesmo tendo tudo novo. Não é só o pecado que compõe o velho homem, mas tudo aquilo que não se encaixa no novo homem também, por fazer parte do velho. Devemos lembrar que existe uma condição para que experimentemos a vontade de Deus: a RENOVAÇÃO da nossa mente!!
“Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.” Rm. 12:2
Em Jesus, o Único capaz de dar o que é novo e de destruir o que é velho
Renato Melgaço
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